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Estados Unidos

Após Japão, tsunami chega aos EUA e ameaça América do Sul

11 mar 2011 - 21h11
(atualizado às 21h45)
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Milhares de pessoas fugiram de suas casas no litoral da Califórnia na sexta-feira, quando o tsunami provocado por um terremoto no Japão começou a atingir a Costa Oeste norte-americana, depois de passar pelo Havaí sem causar danos. A onda gigante parece ter perdido grande parte da sua energia ao cruzar o Pacífico na direção da América, segundo relatos iniciais das autoridades nos Estados Unidos, México e Canadá.

Barco é virado pela água em Crescent City, na Califórnia, depois que a água baixou
Barco é virado pela água em Crescent City, na Califórnia, depois que a água baixou
Foto: AP

"Os modelos mostram que as ondas estão diminuindo, e tomara que esse incidente acabe em duas a quatro horas", disse Laura Furgione, funcionária da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA, em telefonema a jornalistas às 16h (hora de Brasília). Mas o tsunami ainda pode atingir a costa oeste da América do Sul, e o Chile decidiu retirar moradores de áreas propensas a inundações. No ano passado, mais de 500 pessoas morreram no país devido a um terremoto de magnitude 8,8 e a um tsunami que se seguiu.

A previsão é de que as ondas cheguem ao litoral continental chileno por volta de meia-noite (hora local e de Brasília). O governo também elevou o nível do seu alerta de tsunami na remota Ilha de Páscoa.

Na Califórnia, a arrebentação das ondas era mais intensa do que o normal, mas só as cidades de Crescent City (no norte do Estado) e de Santa Cruz (115 quilômetros ao sul de San Francisco) sofreram estragos em embarcações e portos. No caso de Santa Cruz, onde 6 mil pessoas foram retiradas, os prejuízos foram avaliados em 2 milhões de dólares, segundo autoridades.

Os serviços de emergência procuram pelo corpo de um rapaz de 25 anos que foi arrastado para o mar nos arredores da foz do rio Klamath, na Califórnia. No vizinho Oregon, houve danos graves em Brookings-Harbor, principal porto de lazer do Estado.

"Agora nós estamos no meio de uma grande confusão", disse o gerente de operações do porto, Chris Cantwell. "A maré puxou alguns (barcos) para o mar, uns doze afundaram, e temos barcos empilhados uns sobre os outros por todo lado."

Havaí

No Havaí, a 6,2 mil km do Japão, os principais aeroportos em pelo menos três das ilhas ¿ Maui, Kauai e Big Island ¿ foram fechados por precaução, e a Marinha dos EUA ordenou que todos os navios de guerra em Pearl Harbor permaneçam no porto para apoiar eventuais missões de resgate. Sirenes da defesa civil estadual foram acionadas a partir de um pouco antes das 22h (hora local), e policiais com megafones percorreram as ruas orientando os moradores da orla a se deslocarem para terrenos mais elevados.

Quatro ondas sísmicas atingiram a ilha havaiana de Oahu, segundo um porta-voz do governo estadual, mas não houve feridos nem danos materiais. O alerta de tsunami foi posteriormente rebaixado. O presidente Barack Obama, nativo do Havaí, foi informado sobre o terremoto do Japão por volta de 4h (6h em Brasília), e em seguida encarregou a Agência Federal de Gestão de Emergências a se preparar para ajudar Estados e territórios dos EUA que eventualmente fossem afetados.

América Latina em alerta O Equador tomou precauções extremas depois de o presidente Rafael Correa declarar estado de emergência em todo o país andino, e a TV a pedir que os moradores se deslocassem para o interior. A área de risco inclui as Ilhas Galápagos - um popular destino turístico conhecido por sua biodiversidade, incluindo espécies ameaçadas de extinção, que inspiraram o naturalista britânico Charles Darwin a conceber a teoria da evolução no século XIX.

A petrolífera estatal Petroecuador paralisou seus embarques de petróleo. No Peru, as autoridades disseram que esperariam até o final da tarde para decidirem se seria necessário retirar a população de áreas costeiras, como na cidade portuária de Callao.

Na costa oeste do México, vários portos foram fechados, inclusive Los Cabos e Salina Cruz, ao sul de Oaxaca, o único terminal exportador de petróleo do país na costa do Pacífico. Não houve relatos de danos. Na província canadense da Colúmbia Britânica, as autoridades orientaram os moradores a abandonarem marinas, praias e outras áreas de baixa altitude, mas as autoridades de lá disseram que as ondas eram mínimas.

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