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Ásia

Para tremores como este não existe risco zero, diz professor

11 mar 2011 - 17h47
(atualizado às 17h52)
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Daniel Favero

O tremor, que foi o mais forte da história do país, provocou um tsunami que arrasou a cidade de Sendai
O tremor, que foi o mais forte da história do país, provocou um tsunami que arrasou a cidade de Sendai
Foto: Reuters

O professor de sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Joaquim Mendes Ferreira diz ainda não existe tecnologia suficiente para que um país possa resistir, sem danos, a um terremoto como o registrado no Japão nesta sexta-feira. "O Japão é o país mais preparado e treinado do mundo, mas existe um limite. Não existe risco zero ou 100%. No caso de um tsunami, quem estiver perto na praia vai ser atingido, os barcos vão ser jogados, isso não tem jeito", afirma.

Ferreira afirma que o terremoto ocorreu a mais de 100 km da costa japonesa e minutos depois o tsunami já chegava à cidade de Sendai, uma das mais atingidas. Segundo ele, para que não houvesse mortos em incidentes como esse, "seria necessário que ninguém vivesse na beira do mar... por mais que se tome cuidados, em um país como o Japão, você não vai deixar de ter atividade marítima".

Segundo o professor, o incidente ocorrido no Oceano Índico, em 2004, quando 11 países foram atingidos por um tsunami que se formou após um tremor de 9,5 pontos na escala Richter, deixando um saldo de mais de 350 mil mortos, foi bem maior que o registrado hoje no Japão. Ele diz que o epicentro de 2004 foi muito mais próximo do litoral, além de ter provocado um tsunami muito maior.

"Mesmo que eles tivessem a mesma preparação que o Japão tem, quando o tremor ocorre muito próximo, esse sistema de alerta de tsunami não funciona. Quando está muito perto, o pessoal que está treinado tenta se deslocar para lugares mais altos, mas as vezes não dá tempo, se você está muito perto, como em Sendai, onde a onda chegou logo em seguida, o alerta não funciona".

O professor explica que o alerta funciona para países como o Havaí e Chile, por exemplo. "Se o tremor foi no Japão, dá tempo de prever a chegada, porque no Chile leva 22 horas para chegar".

O abalo registrado no Japão, nesta sexta-feira, aconteceu às 14h46 (2h46 de Brasília) a 24,4 km de profundidade e a 100 km ao longo da prefeitura de Miyagi. Ondas de 10 m de altura quebraram no litoral da prefeitura (Estado) de Sendai enquanto vagas de sete metros atingiram a vizinha Fukushima, segundo a imprensa local. O terremoto foi seguido de um tsunami deixou um saldo de mais de 200 mortos, mas os óbitos devem passar de 1 mil, segundo estimativas do governo japonês. Na ilha de Sendai, foram encontrados mais de 200 corpos. O tremor abalou o nordeste do país e foi o mais forte já registrado em 140 anos no Japão.

Fonte: Terra
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