Especialistas: novos tremores devem ocorrer nos próximos dias
11 mar2011 - 15h58
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O Japão pode sofrer com mais terremotos nos próximos dias, decorrentes do abalo sísmico de grande impacto registrado na madrugada desta sexta-feira. O terremoto, de 8,9 pontos na escala Richter, atingiu a costa nordeste, próxima a província de Miyagi, cerca de 400 quilômetros da capital Tóquio, provocou um tsunami que deixou um cenário de destruição, cujo saldo de mortos pode passar de 1 mil.
De acordo com o geólogo da Universidade Estadual de Campinas Rogério Marcon, após um terremoto de grande intensidade ocorre uma sequência de pequenos tremores, que pode durar semanas, até que as placas tectônicas se acomodem novamente. Segundo o pesquisador, os novos abalos, no entanto, devem ser menos intensos.
"Já ocorreram por volta de 70 terremotos de magnitude 6 na escala Richter que devem perdurar por dias ou semanas, até as placas tectônicas se acomodarem na nova posição", explicou Marcon. "Esses tremores são pequenos ajustes das placas, menores do que o registrado de madrugada. Um terremoto com essa mesma magnitude é difícil acontecer no mesmo ponto".
Responsável por um aparelho que conseguiu captar, no Brasil, as ondas emitidas pelo terremoto, o geólogo explicou que tremores de terras são frequentes na área chamada Anel de Fogo, onde está o Japão. Mas que, mesmo preparados para isso, o tsnunami ultrapassou as expectativas e pegou de surpresa a população rural.
O professor do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) Jorge França acrescentou que o impacto das ondas foi tão forte que ultrapassou diques construídos justamente para para contê-las. "Eles têm um sistema de preparo em quase toda a costa, mas que não conseguiu amortecer totalmente o impacto do tsunami. Ondas com altura maior que as barreiras passaram", afirmou.
Apesar dos estragos, os especialistas avaliam que Japão toma medidas para proteger a população e a infraestrutura. O país é atingido por cerca de 20% dos terremotos acima de 6 graus registrados em todo o mundo.
"O Japão está preparado. Acompanhando o noticiário, observamos que poucos prédios caíram, ao contrário do que ocorreu no Haiti, no ano passado, que foi devastado. Nenhuma das construções deles, tampouco a população, estava preparada", afirmou o geólogo da Unicamp, ao lembrar da morte de pelo menos 200 mil pessoas no país do Caribe.
Há seis anos, um terremoto de 8,9 graus na escala Richter seguido por um maremoto deixou cerca de 230 mil mortos em 12 países banhados pelo Oceano Índico.
11 de março - O americano Mark Fontes segura sua prancha enquanto espera pelas grandes ondas na península de Balboa, na Califórnia
Foto: AP
11 de março - Na fronteira entre os Estados Unidos e o México, homem observa as ondas no mar, em Tijuana
Foto: Reuters
11 de março - Dois homens observam as ondas durante o alerta de tsunami, em São Francisco, na Califórnia
Foto: AP
11 de março - Pescadores de Mazatlán, no México, removem seus barcos do mar devido ao alerta na costa do Pacífico
Foto: EFE
11 de março - Na Indonésia, moradores aguardam fora de suas casas, em Manado, onde houve alerta de tsunami
Foto: AP
11 de março - Filipinos se refugiam em um ginásio de Albay durante o alerta de tsunami nas Filipinas
Foto: EFE
11 de março - O diretor do Instituto de Vulcanologia e Sismologia das Filipinas, Renato Solidum, aponta para mapa indicando o local do terremoto
Foto: AP
11 de março - A praia de Waikiki, no Havaí, é evacuada após o alerta de ondas gigantes
Foto: AFP
11 de março - Mulher observa as ondas na praia de Waikiki, em Honolulu, no Havaí, que entrou em alerta para o risco de tsunami
Foto: AFP
11 de março - Marinheiros dão instruções a turistas após o governo emitir um alerta preventivo no Chile
Foto: AFP
11 de março - Oficiais da Marinha chilena discutem medidas de prevenção para a chegada das ondas, na baía de Valparaiso
Foto: AFP
11 de março - No Chile, pescadores recolhem seus barcos diante do alerta de ondas gigantes, em Talcahuano
Foto: AFP
11 de março - O presidente do Equador, Rafael Correa, anuncia a evacuação das ilhas Galápagos e da costa equatoriana devido ao alerta de tsunami
Foto: Reuters
11 de março - Barco é virado pela água em Crescent City, na Califórnia, depois que a água baixou
Foto: AP
11 de março - Homem surfa próximo à Golden Gate Bridge, em São Francisco, nos EUA, apesar do alerta de tsunami
Foto: AP
11 de março - P=Nos EUA, painel alerta para o risco de tsunami na autoestrada 17, que vai para Santa Cruz, na Califórnia
Foto: AP
11 de março - O chefe do Instituto de Defesa Civil do Peru, Luis Palomino, concede entrevista à imprensa e diz que o país tem apenas alerta preventivo
Foto: Agência Andina/Terra Peru / Reprodução
11 de março - Homem se enterra na areia da praia de Agua Dulce, no Peru, mesmo com alerta de tsunami
Foto: Reuters
11 de março - Turistas observam o pôr-do-sol no Pacífico, na praia de Waikiki, no Havaí
Foto: AP
11 de março - Banhistas tomam sol em área privada em Waikiki, no Havaí, depois da chegada das ondas
Foto: AP
11 de março - Após tsunami, arco-íris colore o céu de Honolulu, no Havaí
Foto: AP
12 de março - Um barco perdeu o controle e bateu em uma ponte, após tsunami, reflexo do terremoto no Japão, em Santa Cruz, nos EUA
Foto: AFP
12 de março - Barco ancorado em Dichito, Chile, que sofreu com tsunami neste sábado
Foto: AFP
12 de março - Moradores observam estragos causados por tsunami
Foto: AFP
12 de março - Sharon Halieli, que morreu após tsunami na Tailândia, em reflexo do terremoto no Japão, é enterrada
Foto: AFP
12 de março - terremoto é notícia na imprensa de Honduras
Foto: AFP
12 de março - Indiano carrega jornais que noticiam reflexos do terremoto japonês
Foto: AP
12 de março - Chilenos deixam suas casas após alarme de perigo de Tsunami em Antofagasta
Foto: AFP
12 de março - Embarcação foi arrastada pelo mar e destruiu rede elétrica na cidade de Coliumo, no Chile
Foto: EFE
12 de março - Lancha é vista em calçada próxima ao mar em Coliumo, no Chile
Foto: EFE
12 de março - Moradores avaliam os danos em barcos pesqueiros no porto da vila Santa Rosa, perto de Santa Elena, no Equador
Foto: Reuters
12 de março - Tsunami chegou mais fraco na América Latina, mas ainda assim causou estragos menores na cidade costeira de Santa Elena, no Equador