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Ásia

Ondas gigantes devastam terra já abalada pelo tremor no Japão

11 mar 2011 - 11h37
(atualizado às 11h51)
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Barcos arrastados terra adentro, casas desabadas, instalações nucleares em chamas e multidões desesperadas nas cidades da costa japonesa no Oceano Pacífico: este é o saldo deixado pelo violento terremoto de 8,9 graus seguido de um tsunami mais poderoso ainda que atingiu o nordeste japonês.

Terremoto interrompe reunião de negócios no Japão:

Os canais de televisão mostraram centenas de casas cobertas por uma onda de lodo ou presas do fogo, em visões aterradoras filmadas por helicópteros.

Uma verdadeira muralha de água de até dez metros de altura invadiu a costa da grande ilha de Honshu, no Pacífico, arrastando casas e destruindo portos inteiros.

Em muitos lugares, o mar ultrapassou os diques de proteção e avançou vários quilômetros por terra, recordando cenas da tsunami que ocorreu no Oceano Índico, em 2004.

"Nunca vi nada semelhante", declarou Ken Hoshi, uma autoridade de Ishinomaki, porto da prefeitura de Miyagi. "A água subiu até a estação,a centenas de metro da margem".

Nas fazendas nos arredores, a onda de destroços cobriu os campos e só deteve seu avanço ao chegar a uma rodovia. Um pouco mais ao norte, em Sendai, a pista do aeroporto foi completamente inundada.

Na região de Aomori, a mais ao norte da ilha principal de Honshu, pelo menos cinco barcos naufragaram. Alguns deles foram totalmente virados pela violência das águas, e só pararam seu avanço ao chegar junto às ruas comerciais das cidades costeiras.

Perto de Tóquio, na prefeitura de Ibaraki, grandes casas e automóveis flutuavam perigosamente.

O terremoto que desencadeou o maremoto provocou rachaduras nas ruas, deixando à mostras tubulações inteiras. Nas casas e comércios que não desabaram, nenhum móvel ou objeto ficou de pé.

Durante os tremores mais intensos, tanto na capital como nas localidades costeiras, milhões de pessoas se precipitaram às ruas para escapar dos desabamentos. Por mais preparados que os japoneses sejam para esse tipo de desastre, era impossível manter-se calma diante das proporções da tragédia.

Nas grandes cidades, os trabalhadores tentaram encontrar uma forma de voltar para suas casas, mas tiveram que esperar ou então voltar a pé. Muitos optaram por voltar para seus escritórios ou recorrer a hoteis, uma vez que o transporte público ficou paralisado nas primeiras horas.

Muitos correram aos supermercados para fazer estoque de água e alimentos e os comércios se viram praticamente sem estoques.

As réplicas deste terremoto, o mais potente registrado no arquipélago, continuavam várias horas depois, tanto em Tóquio como no nordeste da ilha.

Em várias cidades, ocorreram incêndios e uma refinaria de petróleo da Chiba, na região de Tóquio, foi tomada pelas chamas.

Ao cair a noite, as forças de autodefesa (o exército japonês), mobilizados por terra, mar e ar, prosseguiam prestando ajuda aos flagelados, sem ter uma real noção ainda das dimensões da tragédia.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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