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Ásia

Terremoto no Nepal deixa mais de 1.200 mortos

25 abr 2015 - 20h12
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Um terremoto de magnitude 7,8 no Nepal deixou neste sábado mais de 1.200 mortos e muitos danos materiais, provocando uma avalanche que soterrou um acampamento de alpinistas no Everest.

As autoridades indicaram que ao menos 1.170 pessoas morreram no Nepal, o que faz deste terremoto o mais mortífero no país em 80 anos.

No entanto, o balanço final do tremor pode ser muito maior, enquanto dezenas de pessoas também morreram nas vizinhas Índia e China.

"O número de mortos chegou a 1.170", informou o porta-voz da polícia do país, Kamal Singh Bam, à AFP, acrescentando que as operações de resgate estão em andamento.

Equipes de emergência se espalharam por todo o país para resgatar as pessoas presas nos escombros de construções que desabaram, e governos do mundo inteiro ofereceram ajuda.

Os Estados Unidos anunciaram o envio de uma equipe de socorristas e o desbloqueio de uma ajuda de um milhão de dólares ao país.

O escritório de assistência a desastres no exterior (OFDA), que faz parte da USAID, "enviará uma equipe de socorristas e assistência em resposta ao terremoto no Nepal, e autorizou a liberação de um milhão de dólares para atender às necessidades mais urgentes", tuitou o diretor do OFDA, Jeremy Konyndyk.

Segundo o porta-voz da polícia nepalesa, "foram reportadas mortes em todas as regiões (do país), exceto no extremo oeste. Todos os nossos agentes de segurança foram mobilizados para resgatar e ajudar as pessoas em necessidade".

Os maiores danos foram registrados em Katmandu, onde o terremoto, que ocorreu por volta do meio-dia local (03h11 de Brasília), desencadeou o pânico entre a população, que saiu às ruas apavorada, e arruinou muitos edifícios.

A histórica torre Dharahara, uma das maiores atrações turísticas da cidade, não resistiu aos abalos e seus nove andares vieram abaixo, deixando uma montanha de escombros.

Um fotógrafo da AFP acompanhou a retirada de ao menos 12 corpos das ruínas da torre, onde as equipes de resgate seguiam trabalhando.

"Ao meu redor os muros das casas caíram. Todas as famílias estão do lado de fora, no quintal, amontoadas umas contra as outras, os tremores prosseguem", constatou um correspondente de Katmandu.

"Tudo começou a tremer. Tudo caía. As paredes em torno da via principal desabaram. Os portões dos estádios caíram", disse Anupa Shrestha, um morador.

Um funcionário da embaixada da Holanda na capital do Nepal, Kari Cuelenaere, contou que uma piscina se esvaziou por completo em um hotel onde era celebrada a festa nacional holandesa. "Foi horrível, de repente toda a água saiu da piscina e molhou todas as pessoas, as crianças começaram a gritar", disse.

O terremoto cortou vias de acesso à capital e provocou danos no aeroporto internacional de Katmandu, que precisou ser fechado por motivos de segurança, segundo seu diretor, Birendra Prasad Shrestha.

Por sua vez, autoridades locais informaram que uma avalanche provocada pelo terremoto deixou 10 mortos, incluindo alpinistas estrangeiros, no acampamento de base do Everest, onde centenas de montanhistas haviam se reunido devido ao início da temporada anual de escalada.

"A avalanche do Monte Pumori alcançou o acampamento de base e soterrou uma parte" dele, indicou à AFP Gyanendra Kumar Shrestha, do ministério nepalês do Turismo.

Entre os mortos estrangeiros, está Dan Fredinburg, um engenheiro americano da Google, informou sua família na rede social Instagram.

Os médicos do local estavam trabalhando para salvar vidas, informou o médico e alpinista Nima Namgyal Sherpa em sua página no Facebook.

Um jornalista da AFP, Ammu Kannampilly, que estava entre as pessoas que ficaram bloqueadas no campo, explicou que os helicópteros não conseguem ter acesso à zona, já que está nevando.

Dois montanhistas experientes contaram que o pânico se apoderou do campo base, que estava repleto de gente e sofreu graves danos. Outra pessoa explicou que o terremoto provocou uma enorme avalanche.

"Precisei sair correndo da minha barraca para salvar a vida. Ileso. Muita, muita gente, na montanha", tuitou o montanhista romeno Alex Gavan, que se preparava para escalar o Lhotse, o quarto pico mais alto do mundo.

O terremoto cortou vias de acesso à capital e causou danos no aeroporto internacional de Katmandi, que teve que ser fechado "por motivos de segurança", segundo seu diretor, Birendra Prasad Shrestha.

Ao longo do dia, começaram a chegar as primeiras propostas de ajuda do exterior.

Os Estados Unidos anunciaram o envio de uma equipe de resgate e o desbloqueio de uma primeira parcela de um milhão de dólares para ajudar as vítimas, anunciou a agência americana de ajuda USAID.

A Noruega prometeu 30 milhões de coroas (3,5 milhões de euros) de ajuda humanitária. Comissão Europeia, França, Alemanha e China mostraram, igualmente, disposição em ajudar.

O papa Francisco expressou "sua solidariedade com todos os afetados por este desastre" e sua "tristeza", informou o Vaticano.

O terremoto durou entre 30 segundos e dois minutos e foi sentido em várias zonas do norte da Índia, confirmou Laxman Singh Rathore, diretor-geral do Departamento Meteorológico indiano, que informou sobre a ocorrência de uma réplica de magnitude 6,6 apenas 20 minutos após o primeiro tremor.

Ao menos 42 pessoas morreram na Índia, incluindo 30 no Estado oriental de Bihar.

Em Nova Délhi, o edifício da AFP precisou ser evacuado em duas ocasiões, indicou um correspondente da agência.

"Ainda estamos recolhendo informação e estamos tentando ajudar os afetados, em nosso país e no Nepal", disse no Twitter o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

Segundo a agência de notícias chinesa Xinhua, 13 pessoas, entre elas uma mulher de 83 anos, morreram no Tibete como consequência do terremoto.

O tremor também foi sentido em várias regiões de Bangladesh, provocando cenas de pânico na capital Daca, onde os habitantes saíram correndo às ruas.

Em uma fábrica têxtil de Savar, nos arredores de Daca, ao menos 50 trabalhadores ficaram feridos em um tumulto provocado pelo terremoto.

Em agosto de 1988 um terremoto de 6,8 graus atingiu o leste do Nepal, deixando 721 mortos. E em 1934 um tremor de 8,1 graus de magnitude matou 10.700 pessoas no país e na leste da Índia.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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