PUBLICIDADE

Ásia

Talibã paquistanês elege substituto de dirigente morto

30 mai 2013 - 14h04
(atualizado às 14h39)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>Wali-ur-Rehman foi morto nesta semana em um bombardeio teleguiado</p>
Wali-ur-Rehman foi morto nesta semana em um bombardeio teleguiado
Foto: Reuters

O Talibã paquistanês já escolheu um substituto do seu vice-líder Wali-ur-Rehman, morto nesta semana em um bombardeio teleguiado, disseram fontes do grupo militante na quinta-feira.

Três fontes do Taliban disseram que uma comissão reunida na quarta-feira à noite, após o discreto sepultamento de Wali-ur-Rehman, escolheu como novo número 2 o militante Khan Said, 38 anos, que já era o braço-direito do dirigente morto. Ele participou do planejamento de ações como o atentado de 2011 contra uma base naval paquistanesa em Karachi, com 18 mortos, e uma rebelião carcerária de 2012, em que 400 militantes fugiram.

"Houve absoluto consenso acerca de Khan Said", disse um membro do Taliban paquistanês, grupo que atua separadamente do Taliban afegão, do qual é aliado.

O ataque teleguiado dos EUA na quarta-feira, que matou Wali-ur-Rehman e outras seis pessoas, foi o primeiro no Paquistão desde uma eleição geral em que os bombardeios teleguiados norte-americanos foram muito debatidos. Foi também o primeiro uso confirmado dos drones desde que o presidente dos EUA, Barack Obama, fez um discurso na semana passada prometendo reduzir o uso desses aparelhos.

A chancelaria paquistanesa condenou o ataque, mas um porta-voz do Taliban, que confirmou a morte de Wali-ur-Rehman na noite de quinta-feira, disse que o grupo militante culpa Islamabad.

"Responsabilizamos o governo do Paquistão por esse assassinato", disse Ehsanullah Ehsan à Reuters. "Vamos ensinar uma lição ao Paquistão e aos Estados Unidos por nos privar do nosso amado líder."

Fontes do Taliban disseram que três outros importantes comandantes militares também foram mortos no ataque com drones.

Embora a morte de Wali-ur-Rehman seja um golpe para os militantes, ela também pode ser vista como um revés para o novo primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, em seus esforços para reduzir a violência.

Uma fonte de segurança disse que Sharif está disposto a negociar com os militantes, mas que a morte do dirigente torna isso mais improvável. "Wali-ur-Rehman era um homem sério e maduro, sua morte pode afetar as perspectivas de uma esperada iniciativa de paz considerada pelo novo governo", disse a fonte.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade