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Ásia

Taiwan ordena que companhias aéreas chequem normas após reprovação de pilotos em testes

11 fev 2015 - 09h11
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O governo de Taiwan ordenou nesta quarta-feira que todas as companhias aéreas revejam seus protocolos de segurança depois que quase metade dos pilotos treinados para voar uma aeronave bimotor ATR da TransAsia foram suspensos, dias depois de um acidente fatal na capital.

Avião da TransAsia Airways que caiu em rio de Taipé, Taiwan. 05/02/2015
Avião da TransAsia Airways que caiu em rio de Taipé, Taiwan. 05/02/2015
Foto: Pichi Chuang / Reuters

O órgão regulador da aviação de Taiwan disse que 10 dos 49 pilotos dos aviões ATR da TransAsia não passaram nos testes de proficiência oral sobre como lidar com a aeronave durante falha do motor. Outros 19 pilotos não fizeram o teste, por motivo de doença ou por não estarem em Taiwan, disse a Autoridade de Aviação Civil.

Os 29 pilotos que não passaram no teste ou não o fizeram foram suspensos, disse o órgão.

"O resultado não é aceitável para nós", disse o presidente-executivo da TransAsia, Peter Chen, em entrevista coletiva. "Nós definitivamente iremos reforçar a sua formação."

Autoridades ordenaram os exames depois que uma das aeronaves ATR 72-600 da companhia aérea caiu em um rio em Taipé matando pelo menos 42 dos 58 ocupantes.

O voo GE235 da TransAsia se esquivou de edifícios, bateu em um viaduto com uma das asas e caiu de cabeça para baixo em águas rasas, pouco depois de decolar de um aeroporto no centro de Taipé na quarta-feira da semana passada.

Dados iniciais indicam que o avião perdeu potência em um motor após a descolagem do aeroporto de Songshan, em Taipé. Depois, a potência do outro motor foi interrompida.

Autoridades de Taiwan e analistas do setor disseram que evidências apresentadas até agora levantam questões sobre se os pilotos podem ter acidentalmente bloqueado o motor errado.

"O novo feriado lunar do ano-novo chinês está chegando ... Nós vamos pedir a cada companhia aérea local que verifique a sua segurança de voo", disse a repórteres o ministro dos Transportes e das Comunicações, Chen Jian-Yu, após a divulgação dos resultados do teste da TransAsia.

Esse foi o segundo acidente com um ATR da TransAsia em sete meses, e o quinto envolvendo a companhia desde 1995, levantando questões sobre normas de segurança na terceira maior transportadora de Taiwan.

O piloto e copiloto do ATR 72-600, uma aeronave praticamente novos, estão entre os mortos.

Um piloto da TransAsia disse que os testes foram realizados por um funcionário do órgão regulador e por um piloto da Uni Air, empresa rival, subsidiária da EVA Airways Corp.

"Alguns de nós ficamos acordados a noite toda para nos prepararmos para os testes. O resultado afetará fortemente nossas perspectivas de carreira", disse o piloto, que não quis se identificar devido à sensibilidade da questão.

"Aqueles que não passaram serão suspensos por um mês. Eles terão mais um mês para a preparação. Se falharem novamente, serão demitidos", informou o piloto disse à Reuters.

A TransAsia cancelou pelo menos 142 voos desde o acidente.

Os dados iniciais dos gravadores dos dados do voo e das conversas na cabine indicam que o avião perdeu potência em um dos seu motores logo após decolar, segundo afirmou na sexta-feira o Conselho de Segurança da Aviação Taiwan. A tripulação então desligou o outro motor, que estava funcionando, e tentou religá-lo pouco antes de a aeronave cair.

O avião estava equipado com dois motores Pratt & Whitney. A Pratt & Whitney faz parte da United Technologies.

(Reportagem de Jeremy Laurence)

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