Centenas de sobreviventes de um terremoto de magnitude 6,6 que matou quase 200 pessoas no sudoeste da China fizeram uma passeata nesta segunda-feira, exigindo mais assistência e ofendendo a polícia.
"Estamos ao relento aqui. Nenhum lugar para dormir, nada para comer. Ninguém está prestando nenhuma atenção a nós", disse o agricultor Peng Qiong, 45 anos, que mora na aldeia de Chaoyang, nos arredores de Lushan e perto do epicentro do tremor.
A China liberou 1 bilhão de iuanes (US$ 161,9 milhões) para a província de Sichuan depois do terremoto de sábado, e mobilizou cerca de 18 mil soldados para a região. O terremoto deixou pelo menos 188 mortos e mais de 12 mil feridos, mil deles em estado grave, além de 25 desaparecidos, segundo as autoridades. Mais de 220 mil pessoas foram retiradas da área, onde aproximadamente 13 mil casas foram destruídas.
Mas, embora alguns tenham elogiado a rápida resposta governamental, outros se mostram cada vez mais irritados. Em 2008, a província de Sichuan já havia sido a mais atingida por um terremoto de magnitude 7,9 que matou quase 70 mil pessoas.
Algumas vias públicas foram interditadas ao tráfego não emergencial, e ficaram congestionados com veículos governamentais. No caminho de Baoxing, uma área fortemente atingida a cerca de 40 quilômetros de Lushan, veículos parados - ambulâncias, carros de transporte militar, veículos de construção e ônibus usados pelas equipes de resgate - bloqueavam as duas pistas da estrada, tornando o acesso ao lugar possível só a pé ou de moto.
Tian Kuanqian sobreviveu a uma sinuosa fissura que rachou o andar de cima da sua casa. Há mais de dois dias esse agricultor de 40 anos vê os veículos de emergência passarem reto por sua aldeia. "Se continuarem nos ignorando, não teremos escolha senão protestar", disse ele, acrescentando que sua família está instalada em condições precárias, sem receber água nem alimentos. "Precisamos de tendas", afirmou.
Um policial de Chaoyang que tentava conter os manifestantes disse que as autoridades estão fazendo o que é possível. "Nossos líderes nos visitaram e estamos trabalhando para levar comida e água a essas pessoas", disse o agente, que não quis se identificar.
Réplicas dificultam resgate
Mais de 2,3 mil réplica (tremores de menores intensidades) foram registrados até o momento na comarca chinesa de Lushan, na província de Sichuan, depois que o terremoto do último sábado. Segundo a Agência de Terremotos da China, 2.360 réplicas foram registradas na região desde o último sábado, sendo que quatro delas apresentou uma magnitude superior aos 5 graus.
O Observatório Meteorológico Central advertiu sobre a possibilidade de que as réplicas, assim como a chuva que está sendo esperada nos próximos dois dias, possam gerar deslizamentos de terra e outros desastres meteorológicos, o que pode afetar as operações de resgate e de assistência a 1,72 milhão de pessoas que foram afetadas pelo terremoto.
Para tentar ajudar aos residentes das áreas mais remotas, helicópteros da Força Aérea chinesa completaram hoje o primeiro de uma série de lançamentos para fornecer comida e água aos sobreviventes da aldeia de Baosheng. De acordo com a agência "Xinhua", os helicópteros entregaram 2,6 toneladas de provisões.
Além dos estragos citados, o terremoto bloqueou várias estradas na comarca de Lushan, o que deixou os habitantes de muitas aldeias remotas sem acesso a alimentos.
O oeste da China é uma zona de frequente atividade sísmica, sendo que nas últimas semanas vários tremores de menor intensidade (ao redor de 5 graus na escala Richter) foram registrados na província chinesa de Yunnan, os quais deixaram dezenas de pessoas feridas.
20 de abril - Mais de 150 pessoas morreram e mais de 5 mil ficaram feridas após o terremoto de 7 graus na escala Richter que sacudiu neste sábado a província central chinesa de Sichuan, a mesma na qual um sismo de 8 graus de magnitude causou 90 mil mortos há quase cinco anos
Foto: Reuters
20 de abril - Também foram destinadas à zona equipes da Polícia provistas de máquinas próprias para a busca de vítimas entre os escombros, e pelo menos 47 pessoas já foram resgatadas por bombeiros nas primeiras horas após o terremoto
Foto: Reuters
20 de abril - O terremoto, situado a 13 quilômetros de profundidade, aconteceu às 8h02 (21h02 de Brasília) e abalou a comarca de Lushan, na área municipal de Yaan, situada no centro da província, segundo dados do Centro de Redes Sismológicas da China
Foto: AP
20 de abril - Na zona afetada, onde no momento não há luz nem água corrente, muitos edifícios desabaram, entre eles vários nas localidades de Lushan e Longmen
Foto: Reuters
20 de abril - Foto aérea da região foi divulgada
Foto: AP
20 de abril - Homens resgatam criança dos destroços após um terremoto ter atingido a província central chinesa de Sichuan, neste sábado
Foto: AFP
20 de abril - Profissionais tentam resgatar vítimas de terremoto na província central chinesa de Sichuan. Mais de 3 mil pessoas ficaram feridas
Foto: AFP
20 de abril - Equipe de resgate leva vítimas do terremoto na China para o hospital. Já foram contabilizados mais de 150 mortos e milhares de feridos
Foto: AFP
20 de abril - Equipe de resgate carrega criança para fora de sua casa após terremoto que atingiu a província central chinesa de Sichuan, neste sábado
Foto: AFP
20 de abril - Equipe de resgate socorre criança na província de chinesa de Sichuan, neste sábado, após terremoto que deixou cerca de 5 mil feridos e mais de 150 mortos. É a mesma área atingida por um tremor em 2008 que deixou 90 mil mortos
Foto: AFP
20 de abril - Chineses ao lado de um edifício danificado em área próxima ao epicentro do terremoto
Foto: AFP
20 de abril - Equipes de resgate sentada nas ruínas de uma casa que desabou
Foto: AFP
20 de abril - Moradores ajudam a levar os feridos para o hospital após um terremoto a área municipal de Yaan, na província de Sichuan
Foto: AFP
20 de abril - Equipes de resgate reunidas para salvar uma criança
Foto: AFP
20 de abril - Moradores do lado de fora de casas danificadas
Foto: AFP
Resgate tira vítimas dos escombros após terremoto que atingiu a China neste sábado. Um terremoto de 7 graus na escala Richter causou a morte de pelo menos 156 pessoas
Foto: AFP
20 de abril - Homem e criança ferida são abrigados na província central chinesa de Sichuan. Terremoto deixou mais de 5 mil feridos
Foto: AFP
20 de abril - Equipes de emergência, com apoio militar, trabalham para socorrer as vítimas
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20 de abril - Casas ficaram em ruínas na província central chinesa de Sichuan após terremoto que atingiu local neste sábado
Foto: EFE
20 de abril - O epicentro do terremoto aconteceu a 30,3 graus de latitude norte, 103 graus de longitude leste e a 13 quilômetros de profundidade
Foto: EFE
20 de abril - A região registrou 12 terremotos de mais de cinco graus desde 1900, o pior, em 2008, deixou 90 mil mortos
Foto: EFE
21 de abril - Motocicleta aparece destruída após terremoto que devastou a província chinesa no sábado
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21 de abril - Criança caminha sobre escombros de sua casa após terremoto que atingiu a província de Sichuan, na China. Mais de 150 pessoas morreram
Foto: AFP
21 de abril - Mãe carrega bebê no meio de escombros após terremoto que atingiu a China no sábado. Cerca de 90 mil pessoas morreram após um tremor na mesma região em 2008
Foto: AFP
21 de abril - O sobrevivente do terremoto Chen Zhirong conforta seu filho de 18 meses ao lado de destroços de sua aldeia na província de Sichuan, na China
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21 de abril - A jornalista Chen Ying entrevista vítima do terremoto usando um vestido de noiva após terremoto na China
Foto: Reuters
21 de abril - A jornalista Chen Ying grava uma reportagem sobre a tragédia na China usando seu vestido de noiva após terremoto que atingiu a província de Sichuan. Na imagem de sábado, a jornalista e noiva fez a reportagem e depois seguiu para o próprio casamento
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