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Ásia

Sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki pedem fim de armas atômicas

9 jul 2010 - 22h22
(atualizado às 22h30)
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Cidadãos japoneses sobreviventes das explosões atômicas de Hiroshima e Nagasaki pediram nesta sexta-feira na Cidade do México a destruição de todas as armas nucleares para salvar a humanidade de "outro inferno".

"As bombas e os humanos não podem conviver. Nós consideramos que as bombas atômicas têm de ser eliminadas no mundo, pois não queremos que se repita a história em nenhum lugar", declarou Mitsuo Kodama, 77 anos, sobrevivente da bomba de Hiroshima.

Kodama participou de um seminário de desarmamento nuclear e não-proliferação realizado na Chancelaria mexicana, onde assegurou que "nunca se esquecerá" daquele agosto de 1945.

O seminário realizado na Cidade do México faz parte de uma expedição global contra as armas nucleares na qual viajam dez "hibakusha" - nome pelo qual são denominados no Japão os sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki.

O périplo os leva a vários países para reivindicar um mundo sem armas nucleares.

Kodama explicou que ele era um dos 300 estudantes de nível fundamental que estavam em uma escola localizada a 800 m do ponto onde explodiu a bomba nuclear de Hiroshima e na qual, milagrosamente, cinco pessoas sobreviveram.

"Eu não tenho filhos. Sou uma das poucas pessoas afortunadas que conseguiu sobreviver, mas com lamentáveis sequelas. Vivo com mais de 12 tipos de câncer na pele e cinco dentro do meu corpo, que venci por um milagre", explicou Kodama, ao ressaltar que seu corpo recebeu 4,6 unidades de radiação após a explosão da bomba.

Na cerimônia, o primeiro-secretário para assuntos políticos da embaixada do Japão no México, Hiroshi Ezake, deixou claro que seu país manterá como missão principal "eliminar totalmente as armas desse tipo" no mundo.

O diretor da Chancelaria mexicana para as Nações Unidas, Pablo Macedo Riba, reconheceu que ainda falta muito a fazer, já que no planeta "existem cerca de 23 mil armas nucleares", 90% pertencentes à Rússia e aos Estados Unidos.

EFE   
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