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Ásia

Snowden ficará em Moscou até seu status ser legalizado, diz fonte russa

28 jun 2013 - 10h04
(atualizado às 10h38)
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O ex-técnico da CIA Edward Snowden permanecerá na zona de passagem do aeroporto moscovita de Sheremetyevo até que seu status seja legalizado e o problema de sua documentação resolvido, afirmou nesta sexta-feira uma fonte anônima russa citada pela agência "Interfax".

"Neste momento, a postura extra-oficial da autoridades russas se reduz a seguinte: Moscou não tem nada a ver com o fugitivo americano. Também não há motivos para adotar contra ele medidas repressivas, como a deportação", disse a fonte, que foi descrita pela "Interfax" como "conhecedora da situação".

A fonte disse que essa postura será mantida pelo menos até que seja feito um pedido oficial dos Estados Unidos formalizado pela Secretaria de Justiça americana.

A fonte assinalou que "os americanos, de maneira consciente, puseram Moscou em uma situação complicada ao não avisar oportunamente (à Rússia) sobre a anulação do passaporte do ex-colaborador da CIA".

"As autoridades russas foram informadas duas semanas depois que foi tomada a decisão de retirar o passaporte de Snowden. Se fossemos informados antes, é provável que Snowden não tivesse voado para Moscou e toda esta história não teria acontecido", acrescentou.

Na situação atual, "tudo deve seguir como está: é preciso esperar que o Equador ou Venezuela concedam asilo, e então (Snowden) abandonará legalmente o território russo sem atravessar a fronteira".

Enquanto isso, o fugitivo completou hoje seu quinto dia em Moscou, supostamente no terminal de passagem do aeroporto de Sheremetyevo, sem que sua presença tenha sido confirmada por fontes independentes.

Também não se sabe até agora se Snowdem poderá se refugiar no Equador, embora a possibilidade de atracar no país que já deu proteção ao fundador do Wikileaks, Julian Assange, tornou-se mais factível depois que Quito renunciou às preferências tarifárias que tinha com os Estados Unidos.

O Governo equatoriano quis deixar claro que "não aceita pressões e nem ameaças de ninguém", embora tenha precisado que a decisão sobre o asilo de Snowden segue pendente.

Em qualquer caso, o Equador não é a única porta que pode se abrir perante Snowden: o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assegurou que é "quase certo" daria asilo a Snowden.

A mensagem de Maduro, que chegará a Moscou na próxima segunda-feira para participar do Fórum de Países Exportadores de Gás, foi entendida pelos especialistas como um convite para que o ex-analista dos serviços secretos peça refúgio a Caracas.

Na véspera, o chefe da Comissão de Direitos Humanos adjunta à Presidência da Rússia, Mikhail Fedotov, insinuou que Snowden poderia receber asilo inclusive em território russo.

"Um homem que destapa os segredos pública ocultados pelos serviços de inteligência, quando estes segredos representam uma ameaça para a sociedade, para milhões de pessoas - e falamos da vigilância total na internet - merece realmente asilo político em qualquer país", disse Fedotov.

Sua opinião contrasta com a emitida hoje pelo Defensor público da Rússia, Vladimir Lukín, que manifestou sérias dúvidas da conveniência de dar asilo ao ex-agente da CIA.

"Não tenho certeza de que a estadia de Snowden em nosso país responda a nossos interesses", disse Lukín, citado pela "Interfax".

Lukin lembrou que o fugitivo, que enfrenta três acusações por espionagem em seu país, não cometeu delitos contra a Rússia, mas "não se dá asilo para todas as pessoas que não cometeram delitos contra a Rússia".

Para Lukín, o grande problema é que a Rússia se viu obrigada a tratar de uma situação que não forçou, mas que outros criaram para ela.

"O que era um problema chinês agora é problema nosso", disse o Defensor público em alusão ao fato de Snowden ter chegado a Moscou em um voo procedente de Hong Kong.

EFE   
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