Seul registra atividade em reator nuclear norte-coreano
A Coreia do Sul registrou movimentos que indicam o reinício das atividades na usina nuclear norte-coreana de Yongbyon após analisar as imagens de satélite de um instituto americano, informou nesta terça a agência local Yonhap.
"Detectamos alguns movimentos em Yongbyon, mas não se confirmou quais atividades específicas estão sendo realizadas", indicou à Yonhap um porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores sul-coreano. Segundo ele, Governos estão trocando informações sobre o assunto.
Na semana passada, o Instituto para a Ciência e a Segurança Internacional (Isis), dos Estados Unidos, publicou imagens que mostram duas construções em andamento nos arredores da torre de refrigeração do reator de Yongbyon, demolida em 2008 por Pyongyang.
O jornal sul-coreano Dong-A Ilbo informou hoje que o ministro da Defesa, Kim Tae-young, considera confiáveis as fotos fornecidas pelo Isis da principal fonte de plutônio para o desenvolvimento atômico da Coreia do Norte. Ontem, o ministro da Defesa sul-coreano disse, em audiência parlamentar, que "a Coreia do Norte está reconstruindo as instalações nucleares".
Essas informações coincidem com a ascensão de Kim Jong-un, filho caçula de Kim Jong-il, ao alto escalão do Partido dos Trabalhadores, grupo que governa a Coreia do Norte. A manobra política o situa como aparente herdeiro do regime comunista.
Fontes do Governo de Seul, citadas hoje pelo jornal sul-coreano, indicaram que a Coreia do Norte iniciou atividades relacionadas ao desenvolvimento nuclear, embora aparentemente não-vinculadas a um terceiro teste nuclear, já que Yongbyon não é um local para esses ensaios.
O reator de Yongbyon foi a principal instalação para o desenvolvimento norte-coreano de armas nucleares. Trata-se de um dos pontos centrais das negociações de seis lados, realizadas pelas duas Coreias, China, Japão, Estados Unidos e Rússia - e suspensas desde dezembro de 2008.
Em junho daquele ano, Pyongyang demoliu a torre de refrigeração deste complexo após um acordo obtido no marco dessas negociações, mas em maio de 2009 o regime comunista desafiou a comunidade internacional com um segundo teste nuclear.