Seul afirma que a Coreia do Norte propôs diálogo militar
A Coreia do Norte propôs reuniões de trabalho no âmbito militar com a rival Coreia do Sul, informou o Ministério da Defesa sul-coreano nesta quinta-feira, em mais um sinal de distensão na península.
As relações haviam se deteriorado depois de a Coreia do Sul e os Estados Unidos acusarem a Coreia do Norte pelo naufrágio de uma corveta sul-coreana em março, o que causou a morte de 46 marinheiros. O governo norte-coreano nega a acusação,
O aparente degelo ocorre num momento em que a Coreia do Norte sofre com dois meses de inundações, complicando ainda mais uma situação econômica em geral já precária, e ameaçando o abastecimento de alimentos aos 23 milhões de norte-coreanos.
Além disso, há rumores de que o líder Kim Jong-il, doente, estaria preparando a sucessão em favor de seu filho mais jovem.
Diplomatas disseram na quarta-feira que um congresso do Partido dos Trabalhadores (comunista), que deveria reunir a elite política norte-coreana pela primeira vez em 30 anos, provavelmente foi adiado devido a "problemas internos", como qualificou a Coreia do Sul.
Segundo uma fonte do ministério sul-coreano de Defesa, a Coreia do Norte propôs que os dois países discutam a Linha Limite Norte, que na prática demarca a fronteira marítima na costa oeste da península, e o plano sul-coreano de lançar folhetos contra o regime comunista na Coreia do Norte.
Diálogos desse tipo deixaram de ser mantidos depois do incidente com a corveta sul-coreana.
A notícia surge num momento em que o comando das Nações Unidas e os militares norte-coreanos se preparam para realizar a quinta rodada de reuniões entre coronéis na localidade fronteiriça de Panmunjom, nesta quinta-feira.
O comando da ONU disse que o objetivo é definir a data, a pauta e os protocolos para uma reunião entre generais, para discutir questões do armistício relacionadas ao incidente de março com a corveta Cheonan.