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Ásia

Senadores pedem que Obama alerte Rússia sobre "consequências" de suas ações

8 ago 2013 - 17h31
(atualizado às 17h43)
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Dois influentes líderes republicanos do Senado dos Estados Unidos, John McCain e Lindsey Graham, pediram nesta quinta-feira que o governo de Barack Obama tome as medidas necessárias para demonstrar à Rússia "que haverá consequências por suas contínuas ações que contrariam os interesses nacionais americanos".

Em comunicado conjunto, ambos os senadores apoiaram a decisão de Obama de cancelar o encontro bilateral marcado para o próximo mês com o presidente russo, Vladimir Putin, depois que o governo da Rússia concedeu asilo ao ex-técnico da CIA, Edward Snowden, acusado de espionagem pelos EUA

No entanto, os senadores consideraram que os Estados Unidos agora devem "realizar atos simbólicos e tomar as providências necessárias para estabelecer uma estratégia mais realista" em suas "relações com a Rússia".

"Devemos falar em nome das muitas pessoas na Rússia que cada vez mais têm a coragem de exigir de forma pacífica mais liberdades, a prestação de contas e o vigor das leis na Rússia", afirmaram McCain e Graham, senadores republicanos pelo Arizona e Carolina do Sul, respectivamente.

Eles recomendaram utilizar "de forma significativa" a chamada "Lei Magnitski" para exigir que supostos violadores dos direitos humanos que "ainda se beneficiam de uma cultura de impunidade na Rússia" prestem contas.

Além disso, os Estados Unidos deveriam pressionar para completar "todas as fases dos programas de defesa antimísseis na Europa" e avançar no processo de expansão da Otan, incluindo a república da Geórgia, disseram eles.

Os dois senadores também pediram que Washington seja mais "duro" em relação aos casos de detenção e condenação de dissidentes russos como Mikhail Khodorkovsky e Alexei Navalny.

McCain e Graham apoiam, além disso, a ideia de completar o acordo da Aliança Transatlântica de Comércio e Investimento, para que os Estados Unidos possam vender petróleo e gás natural" com mais liberdade" a seus aliados na Europa, e assim ajudá-los a eliminar sua dependência dos recursos energéticos da Rússia.

A decisão da Rússia de dar asilo temporário a Snowden, considerado pelos Estados Unidos como um fugitivo que deve ser punido por revelar informações confidenciais, complicou ainda mais as relações entre os dois países.

Ao anunciar o cancelamento do encontro com Putin em Moscou marcado para setembro, Obama afirmou que o asilo a Snowden é outro exemplo dos desafios que impedem o fim das tensões entre os dois antigos rivais da Guerra Fria.

Além disso, Estados Unidos e Rússia mantêm posições distintas em assuntos como o conflito civil na Síria e o futuro do sistema de defesa antimísseis que os Estados Unidos querem estabelecer na Europa.

O governo dos EUA também criticou a suposta violação dos direitos humanos na Rússia, incluindo a repressão de dissidentes, a violência contra homossexuais e o que é interpretado como uma campanha de intimidação contra diversos grupos da sociedade civil.

O avanço na agenda bilateral também é prejudicado pela decisão da Rússia de proibir as adoções de crianças russas por parte de americanos desde o ano passado, o que segundo analistas foi uma represália pela "Lei Magnitski", que estabelece sanções contra funcionários russos envolvidos em violações dos direitos humanos.

EFE   
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