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Ásia

Retorno para área da usina afetada por tremor pode levar anos

21 mar 2011 - 15h32
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ISABEL MARCHEZAN
MARCELO DO Ó
RICARDO MATSUKAWA
Direto de Fukushima

Pode demorar meses ou até anos para que os moradores evacuados tenham permissão de retornar às áreas próximas da usina nuclear de Fukushima, no Japão. Mesmo que o risco de vazamento fosse controlado hoje, não haveria prazo para encerrarem-se os testes no ar, na água e no solo da região no entorno da usina, disse o gerente de informações da província de Fukushima, Katsushiro Kiko, em entrevista ao Terra.

Cidadãos trabalham em uma das equipes dedicadas a recolher informações oficiais e de meios de comunicação, além dos dados de monitoramento, para elaborar os boletins, distribuídos todos os dias
Cidadãos trabalham em uma das equipes dedicadas a recolher informações oficiais e de meios de comunicação, além dos dados de monitoramento, para elaborar os boletins, distribuídos todos os dias
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Cerca de 200 mil pessoas habitam a área considerada de "preocupação" - aquela abrangida em um raio de 30 km da usina. É aproximadamente 10% da população da província. Porém, só quem morava em um raio de 20 km foi obrigatoriamente evacuado.

Depois da constatação da presença de elementos radioativos em leite e espinafre na cidade de Iwaki, 70 km ao sul da usina, e na água da vila de Iitate, a cerca de 40 km, estão sendo feitos testes em 70 localidades diferentes por toda a província de Fukushima, afirmou Kiko. O iodo 131 (radioativo) foi encontrado na manhã deste domingo na quantidade de 12,1 microsivers, o maior nível até agora registrado em um raio de 40 km da usina, acrescentou ele. O limite do considerado seguro são 300 microsivers.

O governo não aconselha a população a consumir qualquer produto que tenha origem na costa leste da província, afirmou Kiko. No entanto, segundo ele, os registros de atividade radioativa feitos até agora não justificam nenhum tipo de alerta ou de medida preventiva, além da evacuação já realizada, sustenta.

Apesar das negativas do governo de que haja risco de contaminação, há pessoas fora da zona crítica deixando por conta própria suas casas. O chefe da central de desastres da cidade de Fukushima (capital da província de mesmo nome), Masato Kanaya, admite que moradores saíram da cidade, que fica a 70 km dos reatores nucleares, nos últimos dias, mas não precisou o número.

Informações sobre o monitoramento da radioatividade são transmitidas diariamente por rádio, observou Kanaya, que chefia uma equipe de 30 pessoas dedicadas a recolher informações oficiais e de meios de comunicação, além dos dados de monitoramento, para elaborar os boletins, distribuídos todos os dias.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 8,6 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos já passam dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

Terra no Japão

Os enviados do Terra percorrem as áreas devastadas no Japão. Fale com eles na fanpage do portal no Facebook e no perfil @terranoticiasbr do Twitter.

Fonte: Terra
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