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Ásia

Presidente da China diz que não permitirá conflito na península coreana

28 abr 2016 - 04h18
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O presidente da China, Xi Jinping, garantiu nesta quinta-feira que seu país "não permitirá a deterioração da segurança na península coreana", após as últimas provocações da Coreia do Norte, e pediu a todas as partes que "mantenham a calma e voltem para a mesa de negociações".

O líder chinês fez essas declarações ao abrir hoje em Pequim o 5º fórum ministerial da Conferência para a Interação e Construção de Medidas de Confiança na Ásia (Cica, sigla em inglês), que conta com a presença de ministros das Relações Exteriores de alguns países-membros, entre eles o russo, Sergei Lavrov, e o cazaque, Erlan Idrissov.

A China, a segunda maior economia mundo e o principal aliado da Coreia do Norte, está comprometida com a paz e a segurança da península coreana, disse Xi, que acrescentou que Pequim não permitirá que esta "caia na guerra e no caos" em meio às tensões pelos testes nucleares norte-coreanos.

A Coreia do Sul acredita que seu vizinho do Norte realizará seu quinto teste nuclear nos próximos dias, antes do 7º Congresso do Partido dos Trabalhadores do país, que está previsto para o início de maio.

Xi também mencionou em seu discurso que a China implementou "de forma plena e absoluta" as sanções contempladas na resolução 2270, aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU em resposta ao último teste nuclear, feito em janeiro deste ano, e ao lançamento de um foguete de longo alcance em fevereiro por parte do regime norte-coreano.

Entre essas sanções, estão a inspeção obrigatória de cargas, restrições na exportação de materiais, embargo do comércio de armas leves e proibição de venda de combustível aeroespacial e alguns veículos de imprensa questionaram se Pequim, principal parceiro comercial de Pyongyang, está cumprindo com todos esses preceitos.

Xi acrescentou que seu país promoverá a desnuclearização da península "através do diálogo e das consultas", enquanto se opõe às sanções unilaterais tomadas em paralelo por Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão, e também ao plano de Washington de posicionar o "escudo antimísseis" THAAD na Coreia do Sul.

Por outro lado, Xi também comentou as disputas territoriais que seu país mantém com outras nações no Mar da China Meridional, que, segundo ele, "devem ser resolvidas através de negociações entre os países envolvidos".

Assim, o presidente chinês emitiu uma mensagem velada contra os EUA, entre acusações mútuas de militarizar a região, e ressaltou a postura chinesa frente ao que for ditado pelo Tribunal Internacional de Haia sobre sua disputa com as Filipinas por algumas ilhas no Mar da China Meridional, que Manila apresentou à corte internacional e que Pequim rejeita.

A China reivindica praticamente a totalidade do Mar da China Meridional e mantém disputas com países vizinhos, entre eles Filipinas, Vietnã, Brunei e Malásia, além de Taiwan.

De uma perspectiva mais geral, Xi reiterou sua "visão de segurança para a Ásia", que já havia elaborado no encontro anterior do grupo há dois anos, e que afirma que os problemas do continente "devem ser resolvidos pelos asiáticos", outra advertência velada aos EUA.

A Cica é um fórum de segurança regional estabelecido em 1992 e que atualmente conta com 26 países-membros da Ásia, entre eles China, Índia, Cazaquistão, Mongólia, Rússia e Tailândia, e sete estados observadores, entre eles EUA e Japão. EFE

pav/rpr

EFE   
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