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Ásia

Partido governante da Coreia do Sul perde maioria no parlamento

13 abr 2016 - 13h37
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O partido conservador Saenuri, da presidente Park Geun-hye, venceu nesta quarta-feira as eleições legislativas da Coreia do Sul, mas ficou longe da maioria no parlamento e se viu supreendentemente superado pelas forças progressistas e de centro.

Com 70% dos votos apurados, o partido governante obteria 128 deputados contra 117 do principal opositor, a legenda de esquerda Minjoo, do total de 300 cadeiras que compõem a Assembleia Nacional.

Por sua parte, o Kookmin, um partido com vocação de centro formado recentemente pelo empresário e acadêmico progressista Ahn Cheol-soo, seria a terceira força mais votada com 39 legisladores.

Outro partido de esquerda, o Jeongee, levaria cinco assentos e outros 11 seriam distribuídos entre candidatos independentes.

A apuração final das vigésimas eleições legislativas da Coreia do Sul será divulgada na madrugada desta quinta-feira.

No atual parlamento, o Saenuri tem 146 deputados, enquanto o Minjoo conta com 102, outros 20 são do Kookmin e 17 estão ocupados por independentes de um total de 292 cadeiras, já que as oito restantes permanecem vagas.

O avanço dos partidos progressistas e a queda do conservador nas legislativas de hoje foi uma grande surpresa, já que nas últimas semanas todas as pesquisas indicavam o Saenuri com uma grande maioria.

Uma das explicações do resultado está no índice de participação, que foi de 58% no fechamento das urnas, número que supera amplamente o 49,3% dos últimos pleitos de 2012.

A alta afluência é atribuída a uma maior mobilização dos jovens e teria favorecido à oposição, já que seu principal bastião são os eleitores menores de 30 anos, em geral opostos à administração de Park Geun-hye, filha do ditador militar Park Cheong-hee que governou com linha dura nos anos 60 e 70.

Além disso, os pleitos foram influenciados por um entorno regional marcado pela tensão com a Coreia do Norte após seu quarto teste nuclear e um teste de mísseis de longo alcance.

O partido governante confiava que sua política de linha dura com Pyongyang lhe garantisse uma boa recompensa eleitoral embora, a julgar pelos resultados, o conflito com o país vizinho quase não teria influenciado na decisão de voto dos sul-coreanos.

À espera dos resultados finais, o novo parlamento representará uma importante mudança nas políticas do país ao deixar o partido conservador de Park sem possibilidades de aprovar leis de maneira unilateral e obrigar a todas as forças a buscar consenso nas votações.

Os regionalismos, sempre presentes na política da Coreia do Sul, ficaram patentes nestas eleições, que deixaram um maior número de votos para o Saenuri nas províncias do leste, seu bastião tradicional, enquanto Minjoo se saiu melhor no oeste do país.

Em Seul e sua área metropolitana, onde vivem mais de dois quintos da população sul-coreana, os opositores se impuseram com clareza ao partido governante, segundo os dados provisórios da apuração.

Mais de 42 milhões de cidadãos da Coreia do Sul, cuja população total é de cerca de 50 milhões, estavam convocados hoje a votar em 13.837 colégios eleitorais de todo o país.

As eleições legislativas sul-coreanas são realizadas a cada quatro anos e são completamente independentes das presidenciais, cuja próxima edição vai acontecer em dezembro de 2017 para designar o novo chefe de Estado do país asiático.

EFE   
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