Park Geun-Hye vence e Coreia do Sul terá 1ª mulher presidente
Os cidadãos da Coreia do Sul elegeram nesta quarta-feira como chefe de Estado uma mulher pela primeira vez na história do país. As emissoras de televisão anunciaram uma vitória segura da candidata do partido conservador, Park Geun-Hye. Ela tem 60 anos e é filha de Park Chung-Hee, ditador que comandou o país durante 18 anos até seu assassinato em 1979.
A Comissão Eleitoral da Coreia do Sul confirmou a vitória de Park Geun-hye com mais do 80% dos votos apurados. A candidata conservadora já obtinha um apoio de 51,6%, informou a agência sul-coreana Yonhap. Às 23h30 locais (11h30 de Brasília), com 83% das cédulas apuradas, a candidata do partido governante Saenuri já tinha 13,2 milhões de votos, enquanto o progressista Moon Jae-in, candidato do Partido Democrático Unificado (PDU), a principal força da oposição, somava 48%, o equivalente a 12,3 milhões de votos. Com a evolução da apuração, por volta das 0h50 (12h50 de Brasília) Jae-in admitiu sua derrota.
Em uma de suas primeiras declarações após ser declarada vitoriosa, Park Geun-hye, disse que sua vitória vai ajudar a economia do país a se recuperar. "Esta é uma vitória trazida pela esperança do povo para superar a crise e pela recuperação econômica", afirmou Park a repórteres em Seul. A Coreia do Sul viu seu crescimento cair para pouco mais de 2% este ano, de uma média anual de 5,5% durante as décadas de crescimento meteórico, quando se transformou de uma nação em desenvolvimento para a quarta maior economia da Ásia.
A jornada eleitoral de hoje contou com a participação de 30,7 milhões de eleitores, 75,8% dos 40,5 milhões de sul-coreanos convocado às urnas. Segundo a agência Yonhap, Park Geun-hye deve realizar um discurso público ainda hoje no centro de Seul para agradecer o respaldo mostrado pelo eleitorado do país asiático. Antes de realizar seu discurso na simbólica Praça de Gwanghwamun, a candidata visitou a sede de seu partido para se reunir com jornalistas e membros do Saenuri, que celebraram a vitória de sua líder com aplausos e cânticos.
O pai da vencedora, Park Chung-Hee, um brutal autocrata, promoveu a industrialização forçada do país e permaneceu no poder até o assassinato em 1979. A mãe dela foi morta em 1970 por um militante favorável à Coreia do Norte, que tinha a intenção de atingir o ditador com seus tiros.
Park substituirá seu companheiro de partido Lee Myung-bak como presidente da República de Coreia, cargo que assumirá somente em fevereiro para um mandato não renovável de 5 anos.
Os candidatos tentaram atrair a classe média e os mais desfavorecidos, com promessas de combater as crescentes desigualdades na quarta economia asiática. A Coreia do Norte não foi sequer um tema da campanha eleitoral, apesar de Pyongyang ter executado um lançamento de foguete na semana passada, coincidindo com o primeiro aniversário da morte do dirigente comunista Kim Jong-Il.
Park e Moon manifestaram o desejo de estimular as relações entre as duas Coreias. Park foi mais reservada, no entanto, porque os conservadores defendem há muito tempo uma linha intransigente com Pyongyang. Moon defende a retomada da ajuda sem condições à Coreia do Norte e pediu uma reunião com o dirigente deste país, Kim Jong-Un, filho de Kim Jong-Il.
Com informações das agências AFP, Reuters e EFE