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Ásia

Park Geun-Hye vence e Coreia do Sul terá 1ª mulher presidente

19 dez 2012 - 12h04
(atualizado às 14h22)
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Os cidadãos da Coreia do Sul elegeram nesta quarta-feira como chefe de Estado uma mulher pela primeira vez na história do país. As emissoras de televisão anunciaram uma vitória segura da candidata do partido conservador, Park Geun-Hye. Ela tem 60 anos e é filha de Park Chung-Hee, ditador que comandou o país durante 18 anos até seu assassinato em 1979. 

A virtual vencedora das eleições sul-coreanas, Park Geun-Hye, acena para simpatizantes
A virtual vencedora das eleições sul-coreanas, Park Geun-Hye, acena para simpatizantes
Foto: AP

A Comissão Eleitoral da Coreia do Sul confirmou a vitória de Park Geun-hye com mais do 80% dos votos apurados. A candidata conservadora já obtinha um apoio de 51,6%, informou a agência sul-coreana Yonhap. Às 23h30 locais (11h30 de Brasília), com 83% das cédulas apuradas, a candidata do partido governante Saenuri já tinha 13,2 milhões de votos, enquanto o progressista Moon Jae-in, candidato do Partido Democrático Unificado (PDU), a principal força da oposição, somava 48%, o equivalente a 12,3 milhões de votos. Com a evolução da apuração, por volta das 0h50 (12h50 de Brasília) Jae-in admitiu sua derrota. 

Em uma de suas primeiras declarações após ser declarada vitoriosa, Park Geun-hye, disse que sua vitória vai ajudar a economia do país a se recuperar. "Esta é uma vitória trazida pela esperança do povo para superar a crise e pela recuperação econômica", afirmou Park a repórteres em Seul. A Coreia do Sul viu seu crescimento cair para pouco mais de 2% este ano, de uma média anual de 5,5% durante as décadas de crescimento meteórico, quando se transformou de uma nação em desenvolvimento para a quarta maior economia da Ásia.

A jornada eleitoral de hoje contou com a participação de 30,7 milhões de eleitores, 75,8% dos 40,5 milhões de sul-coreanos convocado às urnas. Segundo a agência Yonhap, Park Geun-hye deve realizar um discurso público ainda hoje no centro de Seul para agradecer o respaldo mostrado pelo eleitorado do país asiático. Antes de realizar seu discurso na simbólica Praça de Gwanghwamun, a candidata visitou a sede de seu partido para se reunir com jornalistas e membros do Saenuri, que celebraram a vitória de sua líder com aplausos e cânticos.

Embora o resultado oficial deva ser divulgado somente nesta quinta-feira, a vitória de Park, prevista pela maioria das pesquisas, que também antecipavam uma apertada disputa, transformará esta política de 60 anos na primeira mulher presidente da história da Coreia do Sul. Park Geun-hye, solteira e sem filhos, é filha do falecido ditador Park Chung-hee, cujas políticas repressivas dos anos 60 e 70 impulsionaram um rápido avanço econômico no país. Segundo os analistas, Park recebeu votos de muitos idosos admiradores de seu pai.

O pai da vencedora, Park Chung-Hee, um brutal autocrata, promoveu a industrialização forçada do país e permaneceu no poder até o assassinato em 1979. A mãe dela foi morta em 1970 por um militante favorável à Coreia do Norte, que tinha a intenção de atingir o ditador com seus tiros.

Park substituirá seu companheiro de partido Lee Myung-bak como presidente da República de Coreia, cargo que assumirá somente em fevereiro para um mandato não renovável de 5 anos.

Os candidatos tentaram atrair a classe média e os mais desfavorecidos, com promessas de combater as crescentes desigualdades na quarta economia asiática. A Coreia do Norte não foi sequer um tema da campanha eleitoral, apesar de Pyongyang ter executado um lançamento de foguete na semana passada, coincidindo com o primeiro aniversário da morte do dirigente comunista Kim Jong-Il.

Park e Moon manifestaram o desejo de estimular as relações entre as duas Coreias. Park foi mais reservada, no entanto, porque os conservadores defendem há muito tempo uma linha intransigente com Pyongyang. Moon defende a retomada da ajuda sem condições à Coreia do Norte e pediu uma reunião com o dirigente deste país, Kim Jong-Un, filho de Kim Jong-Il.

Com informações das agências AFP, Reuters e EFE

Fonte: Terra
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