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Ásia

Paquistão: menina presa por blasfêmia é mantida entre adultos

21 ago 2012 - 08h25
(atualizado às 08h41)
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As autoridades paquistanesas revelaram nesta terça-feira que a menina Rimsha Masih, de família cristã, acusada de blasfêmia por ter queimado páginas do Alcorão, está presa em uma prisão comum apesar de sua pouca idade e de aparentemente sofrer de incapacidade mental.

"A menina está no módulo de prisão preventiva junto com mulheres adultas e em princípio seguirá ali até que os juízes se pronunciem sobre o caso", disse à agência EFE um funcionário da prisão onde a menor está detida.

Segundo o jornal local Express Tribune a menina não foi autorizada a receber visitas nem de advogados nem de representantes de organizações de direitos humanos, que denunciaram a situação de Rimsha. A família da menina fugiu por medo de represálias.

Na sexta-feira, a menor foi acusada de blasfêmia por seus vizinhos. Ela teria queimado páginas do Alcorão para cozinhar. Organizações do país dizem que a menor não sabia que o papel utilizado era do livro sagrado dos muçulmanos. Como costuma ocorrer em casos parecidos, não só os parentes da acusada, mas outras famílias cristãs da região abandonaram suas casas com medo de ataques fundamentalistas.

O presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, soube do ocorrido e segundo seu porta-voz disse que não pode perdoar alguém da acusação de blasfêmia, mas ressaltou que ninguém deve usar a lei para solucionar problemas pessoais. A Comissão de Direitos Humanos do Paquistão criticou nesta terça-feira a prisão de Rimsha e pediu proteção para a menor e sua família.

EFE   
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