Paquistão: Dia da Malala homenageia a jovem baleada pelo Talibã
As famílias de mais de três milhões de crianças paquistanesas vão receber ajuda financeira do governo para manter seus filhos na escola. Segundo a Aljazeera, a notícia foi dada neste sábado, e marca a comemoração do primeiro Dia da Malala, data que empresta o nome da adolescente baleada pelo Talibã em uma escola.
Malala Yousafzai, 15 anos, promovia a educação das mulheres em seu país e criticava o grupo armado. Há exatamente um mês, em 9 de outubro, o Talibã baleou a jovem na cabeça - ela foi tratada em um hospital britânico e está estável, diz o jornal. O Dia da Malala foi designado pela ONU.
Após o ataque, Malala ficou famosa no mundo todo, e milhões de pessoas começaram a assinar petições online pedindo que as autoridades apoiassem a iniciativa de adolescente. O próprio presidente paquistanês, Asif Zardari, assinou o documento, na sexta-feira, pelas mãos de Gordon Brown, ex-primeiro ministro britânico.
"Os sonhos da Malala representam o que tem de melhor sobre o Paquistão", afiançou Brown. O enviado da ONU para a educação global ainda apresentou uma segunda petição. Nela, outra vez com um milhão de apoiadores subscritos, as pessoas pedem educação gratuita para todos no Paquistão.
O governo aproveitou a ocasião para anunciar um programa que pagará à população de baixa renda US$ 2 por mês por criança que frequentas as salas de aula. Os recursos virão do Reino Unido e do Banco Mundial. O programa atual garante US$ 10 mensais para mantimentos básicos.
A eficiência da iniciativa tem sido endossada por um programa semelhante na província de Punjab, onde o número de meninas nas escolas aumentou 9% ao longo de dois anos, segundo estudo do Bando Mundial divulgado pelo grupo de ativistas digitais Alaphia Zoyad.
O Paquistão atualmente investe apenas 2,5% do PIB em educação, segundo a Unicef, enquanto despesas militares somam até dez vezes mais. A taxa de analfabetismo no país é de 58%, média que também aparece quando consideradas apenas as entrevistadas mulheres.
Brown afirmou que o Reino Unido está disposto a ajudar o Paquistão - o país europeu deve injetar US$ 1 bi na nação asática para promover a educação básica - mas disse que é preciso "auto-ajudar". "Não é bom o bastante investir apenas 2% do deu produto interno bruto and educação no momento em que se pretende ser bem sucedido em educação e economia", garantiu o ex-primeiro ministro.
Além das petições em prol da educação paquistanesa, há também um documento pedindo a indicação de Malala para o prêmio Nobel da Paz. Neste sábado, além da visita oficial de Brown, escolas de todo o país também homenagearam a jovem.