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Ásia

Papa pede que Igreja combata as causas da injustiça e da desigualdade

16 jan 2015 - 05h53
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O papa Francisco afirmou nesta sexta-feira que a Igreja deve combater as causas da injustiça e da desigualdade, na homilia da missa que celebrou com os bispos das Filipinas na catedral da capital Manila.

"Como os bispos mostraram justamente aqui nas Filipinas, a Igreja está intimada a reconhecer e combater as causas da desigualdade e da injustiça, profundamente enraizadas, que deformam o rosto da sociedade filipina, em contradição com as doutrinas de Cristo", disse Francisco.

O pontífice argentino também improvisou em relação ao discurso que tinha escrito e, falando em inglês, destacou que "os pobres são o centro do Evangelho".

"Os pobres são o coração do Evangelho. Se deixamos os pobres fora do Evangelho, não poderemos compreendê-lo", exclamou.

Cerca de 2 mil religiosos, homens e mulheres, todos vestidos de branco como é tradição na Ásia devido às altas temperaturas, assistiram à cerimônia que teve pronunciamentos em latim, inglês e também na língua tagalo, uma das mais faladas no arquipélago.

Francisco disse a eles que os religiosos devem "rejeitar as perspectivas mundanas e ver todas as coisas de novo, à luz de Cristo. Devem ser os primeiros a examinar sua consciência e reconhecer seus erros e pecados".

Segundo Francisco, o grande perigo para os religiosos é ser influenciado pelo "materialismo".

"Só se nos tornarmos pobres, e eliminarmos nossa complacência, seremos capazes de nos identificarmos com os últimos de nossos irmãos e irmãs", acrescentou.

Desta maneira, explicou o papa, se poderá responder "com honestidade e integridade ao desafio de anunciar a radicalidade do Evangelho em uma sociedade acostumada à exclusão social, à polarização e a uma desigualdade escandalosa".

Aos jovens sacerdotes, religiosos e seminaristas, Francisco recomendou que fiquem perto de seus semelhantes, que "podem estar confundidos e desanimados, mas seguem vendo a Igreja como uma companheira no caminho, e uma fonte de esperança".

Pediu que demonstrem proximidade rumo "àqueles que, vivendo no meio de uma sociedade assolada pela pobreza e pela corrupção, estão abatidos, tentados a se dar por vencidos, a abandonar os estudos e viver nas ruas".

Acrescentou que eles devem "proclamar a beleza e a verdade da mensagem cristã para uma sociedade que está tentada por uma visão confusa da sexualidade, do casamento e da família".

Além disso, Francisco alertou sobre a presença de "forças poderosas que ameaçam desfigurar o plano de Deus sobre a criação e traem os verdadeiros valores" da cultura filipina.

EFE   
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