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Estados Unidos

Obama adverte China por crescentes ataques cibernéticos

Presidente americano pede que país aja dentro das normas internacionais

13 mar 2013 - 15h52
(atualizado às 16h14)
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O presidente Barack Obama advertiu diretamente a China nesta quarta-feira sobre os crescentes ataques cibernéticos contra os Estados Unidos, adiantando negociações sérias com Pequim.

As reações americanas às tentativas de supostos hackers chineses de penetrar nas redes de suas empresas ou de suas instituições se multiplicaram nas últimas semanas, sendo desmentidas formalmente pela China.

Mas é a primeira vez que Obama fala tão diretamente sobre o tema.

"É absolutamente certo que houve um aumento constante das ameaças informáticas a nossa segurança. Algumas estão apoiadas pelo Estado; outras, por criminosos", disse o presidente na entrevista à rede ABC.

"Dissemos claramente à China e a alguns outros atores que esperamos que respeitem as normas internacionais e atuem segundo as regras internacionais", acrescentou.

"Teremos algumas conversas muito fortes com eles. Já as tivemos", acrescentou Obama, admitindo que bilhões de dólares e segredos industriais se perderam como consequência da atividade dos hackers.

No começo desta quarta, a China anunciou sua vontade de cooperar com os Estados Unidos e com outros países no combate aos hackers e afirmou que também é vítima desses ataques.

"O que é preciso no espaço cibernético não é guerra, e sim regulação e cooperação", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hua Chunying.

A pirataria informática e a espionagem digital predominaram nas últimas semanas como um tema quente nas relações já tensas entre Washington e Pequim.

Na segunda-feira, o conselheiro de segurança nacional de Obama, Tom Donilon, havia convocado a China a tomar "medidas firmes para investigar estas atividades e colocar fim a elas". E na terça-feira, o chefe de inteligência americano, James Clapper, afirmou em seu relatório anual ao Congresso que os ataques informáticos constituem, junto com a Coreia do Norte, a principal ameaça atual ao país.

No mesmo dia, o chefe da Agência de Segurança Nacional (NSA), o general Keith Alexander, havia reconhecido que as Forças Armadas formam atualmente "unidades ofensivas que o Pentágono utilizará para defender o país" em caso de ciberataques.

No dia 20 de janeiro, a administração Obama prometeu uma reação vigorosa aos roubos de segredos industriais por parte de empresas ou de outros países, em um documento que menciona diversos exemplos de tais atividades em benefício de entidades chinesas.

Pequim negou na época com veemência ter organizado uma operação de grande envergadura para roubar segredos industriais, embora uma empresa americana de segurança informática tenha identificado um edifício no subúrbio de Xangai a partir do qual esses ataques teriam sido praticados.

Segundo James Lewis, especialista em segurança informática do centro de análises CSIS, o fato de Washington subir o tom demonstra sua crescente exasperação diante das práticas da China e de outros países.

"Há informações não publicadas que apontam a China como um ator importante na espionagem econômica", declarou à AFP o especialista, que considerou que as declarações de Obama aumentam a aposta sobre este caso.

O presidente planeja se reunir nesta quarta-feira com diretores de empresas na Casa Branca para discutir como melhorar a coordenação entre o setor público e o privado para aumentar a segurança informática.

Os ataques cibernéticos afetaram na terça-feira diretamente Obama, cuja esposa Michelle teria sido vítima da divulgação de seus dados bancários em um site, em um caso que atualmente é investigado pelo FBI e pelo Serviço Secreto.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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