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Ásia

Méritos de Mao o colocam acima de seus 'erros', segundo pesquisa oficial

25 dez 2013 - 12h05
(atualizado às 12h06)
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<p>Est&aacute;tua do l&iacute;der chin&ecirc;s Mao Ts&eacute;-Tung &eacute; vista em meio &agrave; polui&ccedil;&atilde;o do ar em Shenyang, na China</p>
Estátua do líder chinês Mao Tsé-Tung é vista em meio à poluição do ar em Shenyang, na China
Foto: Stringer / Reuters

Os méritos de Mao Tsé-Tung o colocam muito acima de seus erros segundo 85% dos chineses, de acordo com uma pesquisa publicada pela imprensa oficial nesta quarta-feira, véspera de seu 120º aniversário. Contudo, sua herança continua sendo controversa na China, já que, embora seja honrado como o fundador do regime em 1949, as próprias autoridades pediram discrição nesta data.

Mao também é considerado responsável pela morte de milhões de chineses durante a grande fome provocada pelo "Grande salto adiante" (1958-1961) e por ter levado o país à beira da guerra civil por causa de sua "Revolução cultural" (1966-1976). Após sua morte, em 1976, o Partido Comunista Chinês (PCC) declarou que Mao tinha "razão em 70%, e errou em 30%".

Contudo, segundo pesquisa publicada na terça-feira pelo Global Times, um jornal do PCC, os chineses mantêm uma boa imagem dele. À pergunta "você acredita que os méritos de Mao superam seus erros?", 78,3% dos entrevistados disseram estar "de acordo", 6,8% "absolutamente de acordo", e apenas 11,7% disse estar em "desacordo", 3% disse que "não sabe ou não respondeu".

Quase 90% das pessoas que participaram da pesquisa consideraram que "o maior mérito" de Mao foi ter "fundado uma nação independente graças à revolução". Contudo, no país, existe uma estrita censura para ter acesso a outra versão que não seja a oficial do PCC sobre os 27 anos durante os quais Mao dirigiu o país.

A "grande fome" entre 1958 e 1962 e seu balanço catastrófico é algo ignorado pelo grande público no gigante asiático. Entre as pessoas consultadas, os jovens e os mais velhos com mais instrução se mostraram mais críticos em relação à figura de Mao, segundo o publicado pelo Global Times. A nostalgia do período maoísta se deve em grande parte à desigualdade cada vez maior entre ricos e pobres, segundo o jornal.

"A igualdade é mencionada como o segundo maior e mais popular mérito de Mao", destaca um pesquisador da Academia de Ciências Sociais, Zhao Zhikui, citado pela publicação.

Esta pesquisa foi realizada por telefone com 1.045 pessoas, em grandes cidades como Pequim, Xangai, Cantão, Chengdu, Xi'an, Changsha e Shenyang.

Mao Tsé-Tung nasceu em Shaoshan, na província de Hunan, no dia 26 de dezembro de 1893, e morreu em Pequim dia 9 de setembro de 1976.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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