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Ásia

Manifestantes suspendem protesto de hoje no Líbano após escalada da violência

24 ago 2015 - 09h35
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O movimento libanês "You Stink" (Você fede, em tradução livre), instigador dos protestos que pedem a renúncia do governo e melhores serviços públicos, anunciou nesta segunda-feira que suspendeu a manifestação convocada para esta tarde, mas advertiu que continuarão com as mobilizações.

Em sua página no Facebook, o grupo informou que dará uma entrevista coletiva para explicar os motivos de sua decisão de adiar o protesto de hoje, prevista para as 18h (meio-dia em Brasília).

Milhares de pessoas saíram ontem às ruas e no fim do dia os distúrbios recrudesceram quando algumas pessoas provocaram incêndios e danificaram propriedades públicas.

A Cruz Vermelha Libanesa informou hoje em sua conta no Twitter que por causa dos distúrbios 343 pessoas foram encaminhadas para hospitais de campanha e 59 em hospitais.

Já a polícia anunciou que 99 de seus soldados ficaram feridos ontem à noite, 32 pessoas foram detidas, e várias lojas, restaurantes, edifícios e veículos militares foram danificados.

Esta manhã a calma reina no centro de Beirute, onde equipes especiais retiram os escombros.

O ministro do Interior, Nuhad Machnuk, que percorreu o centro para ver os estragos, afirmou à imprensa que os ativistas têm "direito de se manifestar, mas há grupos vinculados a partidos políticos que têm sua própria agenda".

Disse também que o diálogo continua com todas as partes, defendeu a atuação da polícia e indicou que "não haverá eleições legislativas até que um presidente seja eleito".

A polícia utilizou gás lacrimogêneo, canhões de água e bombas de som para dispersar os manifestantes, o que foi criticado por algumas organizações, como a Human Rights Watch.

Imad Bassi, um porta-voz de "You Stink", garantiu ontem que a atuação do grupo é "pacífica" e que se recusam a negociar com o governo enquanto os culpados pela repressão não forem detidos.

A coordenadora especial da ONU para o Líbano, Sigrid Kaag, pediu hoje que todas as partes "exerçam a máxima contenção" durante os protestos.

Kaag mostrou ainda seu apoio aos esforços do primeiro-ministro libanês, Tamam Salam, para promover o consenso político e chamou os dirigentes a tomarem "medidas efetivas e urgentes"

O governo libanês está paralisado devido as divergências entre as forças políticas, o que impede a tomada de decisões sobre o problema do lixo e dos cortes de eletricidade.

O conflito social dos resíduos começou após o fechamento do lixão de Naame, em 17 de julho, e o fim do contrato com a sociedade Sukleen, encarregada de coletar o lixo.

Alguns países, como Bahrein e Kuwait, pediram que seus cidadãos não viajem ao Líbano e aconselhou a quem já está no país a deixá-lo.

EFE   
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