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Ásia

Malala, do Paquistão, comemora 16º aniversário com apelo à educação na ONU

12 jul 2013 - 18h04
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Em seu primeiro discurso desde que o Taliban no Paquistão tentou matá-la por defender o direito de meninas à educação, Malala Yousafzai comemorou seu aniversário de 16 anos nesta sexta-feira na Organização das Nações Unidas, pedindo educação obrigatória gratuita para todas as crianças.

Usando um lenço rosa, Malala disse ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a quase 1.000 estudantes do mundo todo que compareceram à Assembleia da Juventude na sede da ONU em Nova York, que a educação era a única maneira de melhorar vidas.

"Vamos pegar nossos livros e canetas. Eles são nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo. A educação é a única solução", disse.

Malala levou um tiro na cabeça à queima-roupa por pistoleiros em outubro, quando saía da escola em Swat Valley, no Paquistão, a noroeste da capital Islamabad, depois de fazer campanha contra os esforços do islamista Taliban de negar educação às mulheres.

Ela deu a Ban uma petição assinada por quase 4 milhões de pessoas em apoio a 57 milhões de crianças que não são capazes de ir para a escola, e exigindo que os líderes mundiais encontrem novos professores, escolas e livros e ponham fim ao trabalho, casamento e tráfico infantil.

O enviado especial da ONU para a educação global, o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown, disse que o evento de sexta-feira não era apenas a celebração do aniversário de Malala e de sua recuperação, mas de sua visão.

"O sonho dela de que nada, nem a indiferença política, nem a falta de ação do governo, nem a intimidação, nem ameaças, nem balas de assassinos deveriam negar o direito de toda criança... de poder ir para a escola", disse Brown.

O Paquistão tem 5 milhões de crianças fora da escola, um número só inferior à Nigéria, que tem mais de 10 milhões de crianças fora da escola, segundo a agência cultural da ONU, Unesco.

A maioria dessas crianças é de meninas.

O Taliban reivindicou a autoria da tentativa de homicídio de Malala, dizendo que os esforços dela eram pró-Ocidente. Duas colegas dela também ficaram feridas.

Malala foi tratada na Grã-Bretanha, onde médicos reconstituíram partes de seu crânio com uma placa de titânio. Incapaz de voltar em segurança ao Paquistão, ela começou a frequentar a escola em Birmingham em março.

O Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), formado em 2007, é um grupo que reúne várias facções militantes operando nas voláteis regiões tribais do noroeste do Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão.

(Reportagem de Michelle Nichols)

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