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Ásia

Maior grupo rebelde das Filipinas, o FMLI, inicia entrega de armas

16 jun 2015 - 05h23
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Os rebeldes da Frente Moura de Libertação Islâmica (FMLI), considerado o maior grupo armado das Filipinas, iniciou nesta terça-feira a entrega de armas, uma ação que faz parte do processo de paz que a formação acertou com o governo do país em março de 2014.

Em cerimônia realizada na cidade de Sultan Kudarat, na ilha filipina de Mindanao, e perante a presença do presidente das Filipinas, Benigno Aquino, os rebeldes farão entrega de um total de 75 armas, que serão desmontadas e entregues à Comissão Internacional para o Desmantelamento.

"O evento de hoje é prova da sinceridade do FMLI nas conversas de paz e de sua vontade de abandonar o conflito", disse em seu discurso Aquino, que foi fortemente criticado por alguns setores por iniciar negociações com os rebeldes e por grandes atrasos no processo.

Além da entrega de armas, 145 rebeldes dos 10 mil homens que se calcula formam o braço armado do FMLI, as Forças Armadas Islâmicas do Bangsamoro, se preparam para se reintegrar na sociedade com a ajuda do governo filipino, que lhes dará educação gratuita no caso dos mais jovens ou capital para estabelecer um negócio para os maiores.

O governo filipino, além disso, ofereceu apoio psicossocial e a possibilidade de solicitar a integração na Polícia ou no Exército do país.

O representante do FMLI nas negociações de paz com o governo filipino, Mohagher Iqbal, admitiu que convencer o primeiro grupo (que entregasse as armas) não foi fácil", informa o meio local "Rappler".

A cerimônia de hoje marca a primeira vez que um grupo rebelde das Filipinas inicia a entrega voluntária das armas como parte de um processo de paz.

Esta primeira fase da entrega de armas representa um impulso ao processo de paz assinado em março de 2014 entre os rebeldes e Manila, que nos últimos meses se pôs em dúvida perante o atraso por parte do Congresso em aprovar a Lei Básica do Bangsamoro, peça fundamental do acordo.

O projeto de lei prevê a criação da região de Bangsamoro em substituição da atual Região Autônoma do Mindanao Muçulmano, e define a repartição de poder e a distribuição de receita entre a nova entidade e o governo nacional.

O FMLI, que luta desde 1979 por um estado independente em Mindanao, assinou a paz com o governo filipino o 27 de março de 2014 após décadas de conflito fratricida, em troca da criação de uma região autônoma muçulmana no sul do país.

Entre 100.000 e 150.000 pessoas morreram e cerca de dois milhões foram deslocadas durante mais de quatro décadas de conflito armado no sul das Filipinas.

hc/ma

EFE   
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