PUBLICIDADE

Ásia

Líder do Khmer Vermelho cambojano demonstra remorso por matanças

30 mai 2013 - 11h31
Compartilhar

Um líder do cambojano Khmer Vermelho expressou remorso na quinta-feira pela morte de cerca de 1,7 milhão de pessoas durante o regime de "Campos da Morte" na década de 1970 e assumiu pela primeira vez a responsabilidade durante o processo judicial.

"Eu sou responsável pelo o que aconteceu durante o tempo da Kampuchea Democrática", disse Nuon Chea ao tribunal apoiado pela ONU, referindo-se ao nome do país durante o período, quando ele era o segundo no comando do partido no poder.

"Estou muito arrependido por eventos que aconteceram intencionalmente ou não. Estou moralmente responsável", disse ele, expressando "condolências" às vítimas do regime presentes no tribunal, onde ele enfrenta acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

O "Irmão Número Dois" Nuon Chea e o co-réu Khieu Samphan, ex-chefe de Estado durante o período do Khmer Vermelho, até agora negavam responsabilidade ou mesmo conhecimento dos assassinatos.

Khieu Samphan disse que lamenta o "sofrimento indizível" infligido ao povo do Camboja sob o Khmer Vermelho, e ofereceram condolências, seu primeiro pedido de desculpas no tribunal.

Não ficou claro por que os dois homens escolheram expressar remorso agora, mas Lars Olsen, um porta-voz do tribunal, saudou a atitude.

"Muitas vítimas esperaram mais de 30 anos para ouvir qualquer declaração de desculpas ou arrependimento de figuras de liderança do Khmer Rouge", disse ele.

No entanto, Khieu Samphan continuou a insistir que ele era simplesmente uma figura de proa do regime e não sabia nada sobre o seu lado assassino.

O tribunal, operado conjuntamente pelo Camboja e a ONU, foi criado em 2005 com o objetivo de julgar "os principais responsáveis" pelo derramamento de sangue.

Até o momento, a corte expediu um veredito, a sentença de prisão perpétua dada a Kaing Guek Eav, conhecido como Duch, notório chefe da prisão de Tuol Sleng, uma escola de Phnom Penh convertida onde até 14 mil pessoas podem ter sido executadas.

(Por Prak Chan Thul)

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade