Karzai exige que Otan pare com suas operações no Afeganistão
12 mar2011 - 06h27
(atualizado às 09h13)
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O presidente afegão Hamid Karzai exigiu neste sábado que a Otan interrompa suas operações no país, durante um discurso na província de Kunar (leste), onde a Aliança Atlântica foi acusada de ter matado recentemente dezenas de civis.
"Gostaria de pedir à Otan e aos Estados Unidos com honradez, humildade e sem arrogância que parem com suas operações em nossa terra", afirmou. Em aparente referência às áreas de fronteira com o Paquistão, onde os insurgentes se escondem, Karzai acrescentou: "Se essa é uma guerra contra terroristas e o terrorismo internacional, então eles deveriam ir lutar essa guerra onde indicamos que estão nos últimos nove anos". "Somos um povo muito tolerante, mas nossa tolerância esgotou", concluiu.
Soldados descansam com cães farejadores de bombas no acampamento Huskers, em Helmand. Em janeiro, representantes de mais de 60 países se reuniram na Conferência de Londres sobre o Afeganistão para debater o futuro do país asiático. Os talibãs disseram que a reunião era uma "tentativa de engano" dos líderes "promotores de guerras", e pediram a retirada das tropas estrangeiras para conseguir a paz no país. Durante o mês, 43 militares estrangeiros morreram no Afeganistão
Foto: AFP
O príncipe Charles, de Gales, entrega medalhas de honra nos jardins da Clarence House, em Londres. Em fevereiro, forças militares da Otan e do Afeganistão iniciaram uma grande ofensiva para tomar a região de Marjah dos talibãs. A missão começou com mais de 20 extremistas mortos, mas em seguida as tropas tiveram dificuldades em avançar devido aos pequenos grupos de atiradores. Durante o mês, morreram 53 militares estrangeiros no país
Foto: Getty Images
O presidente americano, Barack Obama, faz sua primeira visita surpresa ao país asiático, em março. Obama se reuniu com o presidente afegão, Hamid Karzai, e sua visita foi marcada pelas críticas ao chefe de Estado. O líder dos EUA expressou sua crescente irritação com Karzai, enquanto o compromisso militar dos EUA em derrotar a insurgência talibã se aprofundava. Em março, 39 militares estrangeiros morreram no Afeganistão
Foto: AFP
Soldados britânicos que serviram no Afeganistão voltam a Portsmouth. Em 12 de abril, um ataque da Otan no Afeganistão matou quatro civis em um ônibus que se aproximou de um comboio militar. No mesmo mês, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que a retirada apressada das tropas alemãs do Afeganistão poderia ter consequências ainda mais catastróficas do que os atentados terroristas de 11 de setembro. Em abril, o número de estrangeiros mortos no país foi 34
Foto: Getty Images
Jovem deita em frente ao túmulo de ex-membro da Marinha, em Arlington, na Virgínia. Em 17 de maio, o número de soldados da Otan mortos no Afeganistão chegou a 200, depois que dois italianos foram vítimas de uma explosão em Herat. Neste mês, o então presidente alemão, Horst Koehler, renunciou ao cargo depois de ter feito comentários relacionando ações militares do país no exterior a interesses comerciais. Em maio, 51 militares estrangeiros morreram no Afeganistão
Foto: Getty Images
O presidente Barack Obama nomeia David Petraeus como principal comandante americano no Afeganistão. Obama havia demitido Stanley McChrystal após uma entrevista em que ele zombava de altos funcionários do governo. No mesmo mês, o primeiro-ministro britânico, David Caremon, afirmou querer que as tropas de seu país voltem do Afeganistão em até cinco anos. Em junho, 103 militares estrangeiros morreram em combate
Foto: AFP
Soldados carregam armas em veículos militares, na cidade afegã de Jeluwar. Em julho, o governo americano aprovou uma lei que previa fundos extras para reforçar o contingente americano no Afeganistão - no total, US$ 59 bilhões. No mesmo mês, o presidente afegão, Hamid Karzai, afirmou que as forças nacionais de segurança deviamm assumir o controle das operações no país em 2014. Em julho, foram 88 militares da Otan mortos no país
Foto: Getty Images
Militares carregam o caixão de Alexis Vicente Maldonado, americano morto no Afeganistão, em Dover, Delaware, nos EUA. Em agosto, o número de civis mortos ou feridos no país asiático havia crescido 31% nos seis primeiros meses de 2010 em relação ao mesmo período de 2009, segundo a ONU. Neste mês, o apoio público americano à guerra no Afeganistão e à estratégia de Obama registrou o pior nível, segundo uma pesquisa. Em agosto, o total de militares estrangeiros mortos no Afeganistão oi de 79
Foto: Getty Images
Famílias se despedem de militares britânicos que partem de Penicuik, na Escócia, para missão no Afeganistão. Em setembro, o país asiático passou por eleições parlamentares - que, entre civis, agentes de segurança e insurgentes, tiveram mais de 40 mortos e 100 feridos. No dia 21 de setembro, o número de estrangeiros mortos no Afeganistão (529) já era o maior em comparação com os outros nove anos de guerra. Durante o mês, foram 57 militares da Otan mortos no país
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Soldados americanos caminham por Kajaki. Em outubro, um ataque aéreo da Otan matou dois soldados no Paquistão, o que provocou o fechamento da rota utilizada por tropas ocidentais em direção ao Afeganistão. O Talibã passou a atacar comboios da Otan que levavam suprimentos. No mesmo mês, a voluntária britânica Linda Norgrove, sequestrada no país asiático, foi morta por tropas amigas em uma tentativa de resgate. Em outubro, 65 militares estrangeiros morreram no Afeganistão
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Fuzileira naval americana brinca com bebê afegã, em Boldoc. Em novembro, a invasão liderada pelos EUA no Afeganistão completou a mesma duração da soviética, na década de 1980: 9 anos e 50 dias. Neste mês, seis soldados americanos foram mortos por um aluno em um centro de treinamento de policiais. O ataque foi similar a vários outros, em que afegãos se faziam passar por integrantes das forças para abrir fogo. Em novembro, 58 militares estrangeiros morreram no Afeganistão
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Soldados alemães decoram uma árvore de Natal no acampamento militar em Kunduz, no norte do Afeganistão. Em dezembro, o general responsável pela missão americana no país asiático, David Petraeus, afirmou que não seria "honesto" assegurar a retirada das tropas da Otan em 2014. Já um relatório do governo alemão anunciou planos de começar a retirada das tropas no final de 2011. No mês de dezembro, o número de militares estrangeiros mortos no Afeganistão passou de 700