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Ásia

Karzai e Merkel insistem em "apoio duradouro" ao Afeganistão

5 dez 2011 - 10h05
(atualizado às 10h49)
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O presidente afegão, Hamid Karzai, e a chanceler alemã, Angela Merkel, abriram nesta segunda-feira a conferência internacional sobre o futuro do Afeganistão e insistiram em manter o apoio a esse país após a retirada das tropas da Força Internacional de Assistência para Segurança (Isaf), prevista para 2014.

O Afeganistão continuará precisando do apoio internacional para tornar "irreversível" o processo de transição iniciado dez anos atrás e fazer do país um lugar "democrático e seguro para todos os afegãos", disse Karzai na abertura da conferência, em Bonn, na Alemanha, diante das delegações de 85 países e 16 organizações internacionais.

Já Merkel garantiu que o Afeganistão continuará recebendo esse apoio depois de 2014, e acrescentou que o país deve avançar na luta contra a corrupção, o tráfico de drogas e o respeito aos direitos humanos, principalmente em relação às mulheres.

A reunião desta segunda-feira começou sob o efeito do pedido de apoio bilionário de Karzai e informações da imprensa de que esse líder deseja se manter no poder mesmo depois de 2014.

O presidente afegão propôs a reforma da Constituição de seu país para possibilitar sua reeleição a um terceiro mandato, afirmou nesta segunda o jornal "Bild", que cita como fonte um relatório confidencial dos serviços secretos alemães.

Para conseguir apoio a essa medida, Karzai tem trabalhado com "uma solução criativa" e iniciou conversas com diversos políticos afegãos, segundo o jornal.

Em declarações à revista "Der Spiegel", o presidente afegão reivindicou uma ajuda financeira de bilhões para seu país até, pelo menos, 2024.

Da conferência de Bonn, realizada no World Conference Center, antiga sede do Parlamento federal, participam 60 ministros das Relações Exteriores, entre eles Alain Juppé, da França; Sergei Lavrov, da Rússia; Ali Akbar Salehi, do Irã e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.

Não há representantes do Paquistão na conferência, devido aos ataques da Otan há uma semana, nos quais morreram 24 soldados paquistaneses.

Organizações como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch realizarão em paralelo entrevistas coletivas para alertar sobre o deficiências de Karzai em relação aos direitos humanos no Afeganistão, principalmente quanto à situação das mulheres, e denunciar o alto grau de corrupção do governo.

EFE   
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