Justiça de Bangladesh proibe principal partido islamita
A justiça de Bangladesh proibiu nesta quinta-feira o principal partido islamita do país, desencadeando uma série de ações violentas do Jamaat-e-Islami, que teve muitos de seus dirigentes condenados recentemente por crimes cometidos durante a guerra da independência.
Depois de um longo procedimento, três juízes do Supremo Tribunal de Daca consideraram que o programa do partido é incompatível com a constituição laica de Bangladesh.
Portanto, o partido não poderá apresentar candidatos nas próximas eleições de janeiro, disse a Comissão Eleitoral
"O registro do Jamaat ante a comissão eleitoral foi declarado ilegal, com a consequência de que não poderá participar das eleições como partido político", declarou à AFP um membro da comissão, Shahdeen Malik.
O partido apelou imediatamente desta decisão ante a Suprema Corte e acusou os juízes de terem cedido às pressões do governo da primeira-ministra Sheikh Hasina.
Muitos policiais e membros dos corpos de elite estavam mobilizados em torno do Tribunal no centro de Daca, já que após o anúncio da decisão partidários do movimento foram às ruas da capital e de outras cidades bloqueando ruas e atacando veículos.
As organizações laicas também pediam a proibição do partido islamita por seu papel na guerra de independência de 1971.
Segundo o governo, a guerra de 1971 deixou três milhões de mortos, mas instâncias independentes consideram que o balanço foi de 300 a 500 mil vítimas fatais.