Japão: prefeito polêmico diz que Coreia do Sul também forçou prostituição
Toru Hashimoto, prefeito de Osaka, gerou polêmica ao declarar que os abusos sexuais cometidos por soldados japoneses na Segunda Guerra Mundial eram "parte da guerra"
O prefeito da cidade japonesa de Osaka, Toru Hashimoto, provocou um escândalo ao dizer que a atitude do exército japonês de obrigar mulheres a se prostituir na Segunda Guerra Mundial foi uma "necessidade" para manter a disciplina da tropa. Nesta terça-feira, o político acusou as tropas sul-coreanas de terem feito o mesmo no Vietnã.
"Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha, França e os soldados sul-coreanos no Vietnã depois da Segunda Guerra: todos abusaram de mulheres. O Japão agiu mal, mas eles precisam que olhar para a própria história", afirmou Hashimoto em uma reunião do Partido da Restauração, do qual é um dos dirigentes, informa o jornal Asahi.
Um porta-voz do ministério sul-coreano das Relações Exteriores qualificou como "deploráveis" as declarações. "Estamos muito preocupados com o caminho pelo qual os líderes japoneses têm conduzido o país e com o que querem deixar para as gerações mais jovens", acrescentou.
Nas décadas de 60 e 70, durante o regime de Park Chung-Hee, o pai da atual presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, a península sul-coreana enviou mais de 300 mil soldados ao Vietnã para lutar ao lado das tropas americanas.
Segundo a maior parte dos historiadores, quase 200 mil mulheres asiáticas - principalmente coreanas, chinesas e filipinas - foram escravas sexuais nos prostíbulos militares japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.
Após a polêmica, Toru Hashimoto disse estar disposto a pedir perdão, mas na última sexta-feira acusou as tropas dos Estados Unidos de terem estuprado mulheres japonesas durante a ocupação da ilha Okinawa depois da Segunda Guerra Mundial.