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Ásia

Japão: 2º reator tem problema e "há chance de colapso"

12 mar 2011 - 19h04
(atualizado às 23h05)
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O não funcionamento do sistema de resfriamento de um segundo reator na usina nuclear de Fukushima Daiichi pode desencadear uma crise devido ao risco de explosão, disse um funcionário da Agência de Segurança Nuclear do Japão neste sábado. "Há a possibilidade, vemos a chance de um colapso", afirmou Toshihiro Bannai, diretor da agência, em entrevista por telefone da sede em Tóquio, à rede americana CNN. "Não há confirmação de crise real, mas há a possibilidade", acrescentou.

Vvista aérea mostra como o terremoto danificou a usina nuclear de Fukushima, na cidade de Futaba
Vvista aérea mostra como o terremoto danificou a usina nuclear de Fukushima, na cidade de Futaba
Foto: AFP

Neste sábado, o reator de número 1 da mesma usina já tinha sofrido uma série de problemas, de falta de refrigeração e aumento da pressão, que forçaram as autoridades a abrir as válvulas para liberar o excesso de vapor, o que poderia causar uma explosão. Estes problemas ocorreram depois do violento terremoto de magnitude 8,9 que devastou na sexta-feira a região nordeste do Japão, deixando mais de 1,8 mil mortos e desaparecidos.

A Tokyo Electric Power, operadora da fábrica, informou que "todas as funções de manutenção dos níveis de refrigeração do reator de número 3 falharam na usina número 1 de Fukushima". "Por volta das 5h30 (de domingo, 17h30 de sábado, hora de Brasília), a injeção de água parou e, na parte interna, a pressão está subindo levemente", afirmou um porta-voz da empresa, acrescentando que a operadora emitiu um relatório de emergência para o governo sobre as condições da usina.

Embora Toshihiro Bannai tenha anunciado que os engenheiros não conseguiram chegar perto o suficiente do núcleo do reator 3 para saber o que está acontecendo, ele baseia sua conclusão do possível colapso no fato de terem sido registrados césio e iodo radioativo no ar na noite anterior (horário local).

"O que vimos é só uma leve indicação de césio e iodo", explicou, mas está sendo introduzida água salgada e boro (elemento químico) para tentar esfriar o combustível. Uma fusão é um erro catastrófico do núcleo do reator, com um potencial para a liberação de radiação estendida.

"Acreditamos até certo ponto que poderemos estabilizar a situação. Realmente temos confiança de que resolveremos isto", assinalou o funcionário.

Mas o embaixador do Japão nos EUA, Ichiro Fujisaki, insistiu em declarações à CNN que não há provas de que uma fusão esteja em andamento. "Houve preocupação com este reator", disse o diplomata, reiterando a versão do governo japonês de que a explosão do sábado não afetou o reator nuclear que abriga.

As autoridades ordenaram previamente aos moradores que evacuassem uma área de 10 km de raio em torno da usina, que tem seis reatores. Pouco menos de quatro horas depois do acidente, a zona de evacuação foi aumentada para 20 km.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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