Indonésia analisa lei para proibir qualquer consumo de álcool no país
Quarto país mais populoso do mundo, com cerca de 245 milhões de habitantes, a Indonésia estuda proibir o consumo de qualquer bebida alcoólica em seu território. As informações são do jornal australiano Sydney Morning Herald.
O Partido Unificado do Desenvolvimento, de linha islâmica, membro da base do governo do presidente Susilo Bambang Yudhoyono, encaminhou o projeto de lei para o Parlamento nacional, que o incluiu na pauta do ano de 2013.
Pela proposta, o crime de produzir bebida alcoólica poderá render até 10 anos de prisão e uma multa de 10 bilhões rúpias (cerca de R$ 3 mil). Revender será punido com até cinco anos de prisão e uma multa de cerca de R$ 1,1 mil. Quem for flagrado consumindo, pagará cerca de R$ 600 e poderá ser preso por até dois anos.
A Indonésia é um país de maioria muçulmana, onde grande parte da população é abstêmia. Nunca existiu, porém, nenhuma restrição à venda de bebidas no país. Regiões como a ilha de Bali, que dependem da atividade turística e são conhecidas pela vida noturna, correm risco de grandes prejuízos econômicos.
Ahmad Kurdi Moekri, presidente do partido que elaborou a proposta, alegou que a ideia tem o propósito de "garantir a moral da nação". "Na nossa consituição, é citada a importância de se construir o caráter do povo", declarou.
Bebidas alcoólicas têm um impacto negativo que todos nós conhecemos. São muito mais negativas do que positivas para a nação, portanto devem ser tratadas como inimigas", analisou Ahmad.
O mandatário do partido comentou ainda a repercussão negativa que a medida poderá gerar internacionalmente. "As outras nações não devem entrar no mérito, seria algo de uma mentalidade muito pequena. Somos um partido islâmico e queremos que o país se torne um estado islâmico", defendeu.
A Bintang, maior fabricante de cervejas da Indonésia, não quis comentar o assunto e declarou apenas que a proibição de bebidas alcoólicas no país é um tema "muito delicado"
Ainda não existe data para a votação da proposta, que já consta no cronograma de 2013. De acordo com o Sydney Morning Herald, o Parlamento indonésio é um dos mais lentos do mundo e não há garantias de que a lei seja sancionada no próximo ano.
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