PUBLICIDADE

Ásia

Indiana espera 19 anos em prisão até filho crescer e pagar sua fiança

27 mai 2013 - 17h33
(atualizado às 17h34)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>Desde que foram separados, seu filho vinha economizando o salário para contratar um advogado e pagar a fiança</p>
Desde que foram separados, seu filho vinha economizando o salário para contratar um advogado e pagar a fiança
Foto: BBC News Brasil

Uma indiana teve que esperar 19 anos atrás das grades até que seu filho crescesse, arranjasse seu primeiro emprego e economizasse o suficiente para pagar a fiança de R$ 370 para dar a ela a liberdade. Vijay Kumari foi condenada por assassinato em 1994, mas teve um recurso aprovado pouco depois autorizando sua libertação sob fiança.

Mas, como não tinha dinheiro para pagar, teve que ficar atrás das grades. Com o abandono do marido, ela ficou perdida no sistema carcerário indiano Mas o seu filho, Kanhaiya Kumari, nunca deixou de pensar na mãe, que o deu à luz quatro meses depois de ir para a prisão.

<p>Vijay Kumari foi condenada por assassinato em 1994</p>
Vijay Kumari foi condenada por assassinato em 1994
Foto: BBC News Brasil

Depois de nascer, Kumari foi separado da mãe e foi viver em orfanatos. Aos 18 anos ele conseguiu o primeiro emprego, e desde então vinha economizando o salário para contratar um advogado e pagar a fiança.

Lentidão e complexidade

Vijay Kumari não é a única pessoa nesta situação na India. Estima-se que há cerca de 300 mil detentos nas prisões indianas. Setenta por cento deles ainda aguardam julgamento, e muitos já estão presos há bastante tempo.

A história de Kanhaiya e Vijay é um exemplo do funcionamento da Justiça indiana, vista como burocrática, complexa e lenta.

<p>Kanhaiya Kumari foi separado da mãe e foi viver em orfanatos</p>
Kanhaiya Kumari foi separado da mãe e foi viver em orfanatos
Foto: BBC News Brasil

A mãe conta que sofreu ao entregar o menino para as autoridades, mas que não achava que a prisão fosse um bom lugar para uma criança.

Tudo que ela tinha era uma foto e as visitas do garoto a cada três meses. "Eu só queria ver meu filho bem encaminhado na vida. Eu não tenho mais ninguém no mundo, e nós somos muito pobres", diz.

Em casa após quase vinte anos separados, mãe e filho tentarão agora reconstruir a família, da qual sobraram apenas os dois.

BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade