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Ásia

Incêndio em reator de Fukushima agrava crise nuclear

15 mar 2011 - 00h31
(atualizado às 01h17)
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A crise nuclear que ameaça o Japão desde o tsunami de sexta-feira passada se agravou nesta terça, com um incêndio no reator Nº 4 da central de Fukushima 1, o que elevou "consideravelmente" o nível de radiação.

O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, pediu à população que não saia de casa e que adote medidas de proteção contra a radiação em um raio de 30 km em torno da central nuclear. "Um incêndio atinge o reator 4 e o nível de radiação subiu consideravelmente", declarou o chefe de governo em mensagem à nação. "Peço às pessoas em um raio de 20 a 30 km (de Fukushima) que permaneçam dentro de casa ou em seus escritórios", disse o primeiro-ministro.

O porta-voz do governo Yukio Edano explicou que o hidrogênio que escapa para atmosfera carrega substâncias radioativas, mas destacou que "não é o combustível nuclear em si que está queimando". "Estamos fazendo o melhor possível para controlar o incêndio", disse Edano, admitindo que o nível de radioatividade medido no complexo nuclear é perigoso para a saúde.

"Ao contrário do que ocorria até o momento, agora não há dúvidas de que o nível de radiação pode afetar a saúde de seres humanos" em Fukushima. Posteriormente, a imprensa japonesa informou que o incêndio no reator Nº 4 foi extinto.

Uma explosão já havia destruído parcialmente nesta terça-feira o reator Nº 2 da central nuclear. "A Tokyo Electric Power nos informou que houve uma explosão no reator número 2 da usina nuclear de Fukushima 1", disse à imprensa um funcionário.

A Agência de Segurança Nuclear japonesa declarou que o cilindro de confinamento do reator 2 parecia preservado, já que não havia um "salto" no nível de radioatividade no local. O governo precisou que a explosão destruiu o reservatório do condensador do cilindro de confinamento concebido para impedir vazamentos radioativos em caso de acidente.

A Tokyo Eletric Power retirou seu pessoal da área do reator 2, exceto pelos funcionários encarregados de bombear água para refrigerar o sistema em colapso. Um funcionário da Agência de Segurança Nuclear confirmou "que os trabalhadores próximos ao reator Nº 2, exceto os que injetam água para refrigerar o sistema, foram evacuados".

O porta-voz Yukio Edano admitiu que parte do reator 2 poderia estar destruído, dando a entender que era possível um vazamento radioativo. "Os danos aparecem na piscina de condensação", na parte inferior da cápsula que contém água usada para resfriar o reator e controlar a pressão interna. "Mas não detectamos nenhum aumento súbito da radiação" (sobre o reator 2), afirmou Edano mais cedo.

Houve explosões em dois outros reatores desta usina, sábado e segunda-feira. Nos dois casos, a deflagração, devido ao escapamento de hidrogênio, danificou ou destruiu o prédio externo do reator, mas sem atingir o núcleo da instalação, segundo o governo.

A polícia informou nesta terça-feira que o número oficial de mortos no terremoto e tsunami é de 2.414. Há ainda 3.118 desaparecidos e 1.885 feridos. Já o chefe da polícia de Miyagi, uma das regiões mais afetadas pelo tsunami, estima que há mais de 10 mil mortos na zona.

O terremoto de sexta-feira passada, de 9 graus de magnitude, foi o mais violento já registrado no Japão e o quarto em intensidade no planeta desde 1900, quando foram iniciadas as medições.

info infográfico temor usina nuclear
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Foto: Divulgação
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