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Ásia

Htin Kyaw, aliado de Aung San Suu Kyi, é eleito novo presidente de Mianmar

15 mar 2016 - 04h58
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O parlamento de Mianmar, a antiga Birmânia, elegeu nesta terça-feira Htin Kyaw, principal aliado da líder do movimento democrático e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, como novo presidente, o primeiro que não é designado pelas Forças Armadas em 54 anos.

Htin Kyaw, candidato nomeado pela Liga Nacional para a Democracia (NLD) de Aung San Suu Kyi e pela câmara baixa do parlamento, obteve 360 votos dos 652 deputados que participaram das eleições na sede do Legislativo na capital Naypyidaw.

O novo chefe de Estado superou Henry Van Thio, outro integrante da NLD, mas indicado pela câmara alta do Legislativo, e o tenente-general Mying Swe, designado pelas Forças Armadas. Agora, estes serão nomeados vice-presidentes.

Aung San Suu Kyi explicou que Htin Kyaw foi escolhido por sua lealdade, e contar com a formação e experiência necessárias para desempenhar o cargo, enquanto a designação de Henry Van Thio, da minoria étnica chin, foi uma atitude em prol da reconciliação nacional.

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz, cujos dois filhos têm passaporte britânico, não pôde concorrer à presidência devido a uma norma da Constituição aprovada pela última Junta Militar que veta para o cargo pessoas com familiares estrangeiros.

A Carta Magna também concede amplos poderes aos militares, entre eles 25% das cadeiras do parlamento, prioridade na escolha do chefe das Forças Armadas e dos nomes que vão compor os Ministérios de Defesa, Fronteiras e Interior.

Aung San Suu Kyi, que durante a campanha afirmou que governaria 'de facto', pode ser indicada como ministra de Relações Exteriores do próximo governo, que junto ao novo chefe de Estado, tomará posse em 30 de março.

Mying Swe terá a primeira vice-presidência do novo governo por ter sido o segundo mais votado (213), graças ao apoio dos legisladores do partido pró-militar do atual governo civil em fim de mandato e dos deputados designados pelas Forças Armadas.

A última Junta Militar cedeu em 2011 o poder ao atual governo civil liderado por Thein Sein, que iniciou uma série de reformas políticas e econômicas que resultaram na suspensão de sanções por parte da União Europeia e dos Estados Unidos.

As eleições ocorridas em 8 de novembro de 2015 foram as primeiras realizadas no país em liberdade após o longo período de ditadura militar (1962-2011).EFE

jcp/rpr

EFE   
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