PUBLICIDADE

Ásia

Grupo rebelde muçulmano enviará pregadores para combater EI nas Filipinas

27 jan 2016 - 12h22
Compartilhar
Exibir comentários

A organização rebelde muçulmana Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI) enviará predicadores, para tentar impedir que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) recrute pessoas no sul do Filipinas, disse nesta quarta-feira o porta-voz do FMLI, Mohagher Iqbal, representante da formação insurgente no acordo de paz assinado com o governo filipino em março de 2014 após um longo processo de negociação, ao jornal "Inquirer".

A força especial do FMLI está formada por "predicadores islâmicos de Mindanao", que tentarão corrigir a distorção do Corão e das doutrinas islâmicas que o EI espalha.

Segundo Iqbal, a informação divulgada nos últimos meses sobre a crescente influência e a presença do Estado Islâmico no sul das Filipinas é verdadeira.

"As atividades de recrutamento, assim como o vídeo em que aparecem campos de treinamento (do Estado Islâmico) são autênticas", confirmou Iqbal.

No entanto, o representante do FMLI afirmou que até agora não puderam confirmar se o recrutamento efetuado pelo Estado Islâmico nas Filipinas é organizado.

Nos últimos meses circularam na internet vários vídeos que apontam para a presença do EI na ilha filipina de Mindanao.

No último, publicado no começo do ano, 30 homens fortemente armados se declaram seguidores da organização jihadista.

Entre os protagonistas das imagens estão vários conhecidos líderes islamitas em Mindanao, o que aponta que o EI está sendo apoiado por diversos grupos radicais muçulmanos.

"A fusão impulsionada pelo EI com as formações rebeldes (das Filipinas) e a unificação de seus líderes representará um desafio sem precedentes para o governo de Manila", disse Rohan Gunaratna, analista em terrorismo baseado em Cingapura.

Ele apontou que o próximo passo do EI no sul das Filipinas será estabelecer sua própria província em Mindanao.

O governo filipino negou esta possibilidade e assegurou que, apesar das mensagens publicadas, a situação não é tão grave.

A Filipinas vive um conflito separatista islâmico no sul do país há quatro décadas, que causou entre 100 mil e 150 mil vítimas mortais e paralisou o desenvolvimento da região, rica em recursos naturais.

Embora o governo das Filipinas tenha assinado um acordo de paz com a Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI), outros grupos rebeldes como o Abu Sayyaf (Lutadores pela libertação Islâmica do Bangsamoro), permanecem ativos na região.

EFE   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade