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Ásia

Camboja recorre à ONU para resolver impasse eleitoral

10 ago 2013 - 03h43
(atualizado às 04h54)
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O partido governante do Camboja e a principal formação de oposição concordaram em contar com observadores da ONU na equipe que será encarregada de averiguar as denúncias de irregularidades nas eleições gerais do último dia 28 de julho, informou neste sábado a imprensa local.

No entanto, ambas as partes seguem sem definir que instituição dirigirá esses trabalhos, uma indefinição que contribui para a piora da situação no Camboja, onde, na última quinta-feira, o governo precisou usar soldados e carros blindados para reforçar a segurança em algumas regiões da capital e evitar as maciças mobilizações da oposição.

Após a reunião de ontem com dirigentes governistas, o porta-voz da coalizão opositora Partido para o Resgate Nacional do Camboja (PRNC), Yim Sovann, confirmou o acordo para que a ONU participe da investigação, mas somente como observadora e não como principal responsável - como defendiam os opositores, informou o jornal local Phnom Penh Post.

Por sua parte, o deputado Cheam Yeap, do governante Partido do Povo do Camboja (PPC), assinalou que também são a favor da colaboração da ONU na investigação e, se possível, de observadores com experiência em eleições.

A própria Comissão Eleitoral Nacional cobrou de ambas as partes mais agilidade em relação à criação deste comitê investigador, uma medida indispensável para conter a crise no país.

As eleições gerais do Camboja foram realizadas no dia 28 de julho após uma campanha rica em intimidações e irregularidades, segundo a oposição, embora tenha sido menos violenta do que em ocasiões anteriores.

No mesmo dia do pleito, alguns membros do governo se atribuíram da vitória com 68 dos 123 cadeiras da câmara Baixa do Parlamento, enquanto os 55 restantes ficaram com o opositor PRNC.

O líder do PRNC, Sam Rainsy, rejeitou este resultado e, dois dias depois, proclamou a vitória da coalizão opositora com 63 deputados, passando a exigir a formação de um comitê independente para esclarecer as irregularidades no pleito.

Desde então, a tensão no Camboja só vem aumentando, mesmo após o início das negociações entre ambas as partes. Desta forma, a Comissão Eleitoral Nacional deve anunciar o resultado oficial das eleições somente em meados de agosto.

O Camboja esteve governado pelo PPC, seja em coalizão ou não, desde o restabelecimento da democracia em 1993, através de um plano auspiciado pela ONU para tirar o país asiático de décadas de guerra civil.

O atual primeiro-ministro, Hun Sen, seguiu ininterruptamente em seu cargo desde 1985, quando foi investido com o beneplácito do Exército vietnamita que libertou o país do Khmer Vermelho de Pol Pot.

EFE   
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