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Ásia

Governo e oposição concordam em investigar eleições no Camboja

3 ago 2013 - 06h37
(atualizado às 06h42)
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O governo e a oposição no Camboja chegaram a um acordo para uma investigação das irregularidades ocorridas nas eleições gerais do último domingo, já que os dois grupos políticos reivindicam a vitória, informaram neste sábado à Agência Efe fontes da oposição.

O primeiro-ministro, Hun Sen, se dispôs na quarta-feira em negociar com o Partido para o Resgate Nacional do Camboja (PRNC), de oposição, a formação do Parlamento e a criação de uma comissão conjunta para averiguar as irregularidades.

"Estamos de acordo em formar uma comissão de investigação, mas por enquanto não determinamos sua composição", disse por telefone à Efe o porta-voz do PRNC, Yim Sovann.

O Partido do Povo do Camboja (PPC), que governa o país, afirmou, após o fechamento das urnas, que conquistou 68 das 123 cadeiras do Parlamento, deixando 55 cadeiras para oposição que, posteriormente, rejeitou esses resultados e reivindicou sua vitória por 63 a 60 cadeiras.

Grupos de observadores e da oposição denunciaram que milhares de eleitores - 11% do censo de 9,6 milhões - não puderam votar, a maioria porque seus nomes não constavam nas listas de votação, enquanto outros apareciam duas vezes.

As críticas foram dirigidas ao Comitê Nacional Eleitoral (CNE), órgão que a oposição quer desvincular da investigação por considerar que é controlado pelo PPC. "O CNE é parte do problema. Eles criaram o problema. Por isso achamos que não deve estar (na investigação)", disse Sovann.

O porta-voz indicou que o PRNC vai debater hoje a oferta do primeiro-ministro, assim como outros pontos de discordância, como a definição das funções do comitê de investigação e o método de elaboração da decisão final.

Até agora, o comitê eleitoral publicou apenas resultados provisórios do número total de votos, 3.227.729 para o PPC e 2.941.133 para o PRNC.

Em comunicado, o organismo informou que não vai divulgar os resultados finais com a correlação de cadeiras no Parlamento até que todas as alegações e queixas apresentadas sejam resolvidas.

Hun Sen dirige o Camboja desde 1985, ano em que se instalou à frente do Executivo com o aval do Vietnã, cujo Exército ocupou o país seis anos antes para derrubar o regime do Khmer Vermelho.

EFE   
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