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Ásia

Filha de Bin Laden assegura que pai foi capturado vivo e assassinado

4 mai 2011 - 05h49
(atualizado às 10h54)
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Uma filha de Osama Bin Laden de 12 anos de idade, atualmente detida no Paquistão ao lado de outros irmão e de uma das esposas - iemenita - do pai, viu quando os soldados americanos mataram o líder da Al-Qaeda, informou um oficial do Serviço Secreto Paquistanês (ISI). As forças paquistanesas encontraram a menina na residência de três andares de Abbottabad, ao lado de outras oito crianças e de duas outras três mulheres, depois da saída do comando americano que matou Bin Laden, segundo o oficial do ISI.

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Foto: Reuters

Os parentes de Bin Laden estão detidos e alguns foram levados para um hospital, informou na terça-feira o governo paquistanês, que prometeu protegê-los para depois entregar todos aos países de origem. Outro oficial das forças de segurança afirmou que as pessoas têm nacionalidade saudita ou iemenita.

"A menina foi quem nos confirmou que Osama foi morto a tiros e levado", disse o oficial, que pediu anonimato. A mesma fonte confirmou que outros quatro corpos foram encontrados na residência de Abbottabad, incluindo o de um filho de Bin Laden. As pessoas que não foram atingidas pelo ataque americano estão sendo interrogadas. "Queremos fazer muitas perguntas", afirmou outro oficial das forças de segurança.

O ISI alega que compartilhou informações de inteligência com os Estados Unidos em 2009 que levaram ao complexo residencial de Bin Laden foi morto na noite de domingo. Islamabad está sob pressão para explicar como o líder da Al-Qaeda conseguiu viver por meses sem ser detectado em uma área militar, antes de ser morto pelos Navy SEALs. O funcionário de maior hierarquia do ministério paquistanês das Relações Exteriores, Salman Bashir, afirmou nesta quarta-feira à BBC que seu país indicou em 2009 aos Estados Unidos como possível esconderijo o local no qual Osama Bin Laden foi encontrado.

"Havíamos indicado já em 2009 que era um lugar possível. A localização de Bin Laden era uma prioridade para todo o mundo", disse o alto funcionário, antes de destacar, no entanto, que "milhões de lugares" foram identificados como possíveis esconderijos dos dois lados da fronteira entre Afeganistão e Paquistão. "Os serviços americanos dispõem desde então de material muito mais sofisticado para avaliar a situação", alegou.

Um oficial do ISI afirmou à AFP que os agentes tentaram executar uma operação na casa em 2003, frustrada, em uma tentativa de localizar o número três da Al-Qaeda, Abu Faraj al-Libbi, antes do complexo "sair do radar" do serviço de inteligência. A mesma fonte explicou a declaração de Bashir e disse que a informação fornecida em 2009 não estava diretamente relacionado ao complexo residencial suspeito. "A informação fornecida eventualmente levou os americanos ao complexo, mas nossa informação não nos levou diretamente a isto", afirmou.

Osama bin Laden é morto no Paquistão

No final da noite de 1º de maio (madrugada do dia 2 no Brasil), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a morte do terrorista Osama bin Laden. "A justiça foi feita", afirmou Obama num discurso histórico representando o ápice da chamada "guerra ao terror", iniciada em 2001 pelo seu predecessor, George W. Bush. Osama foi encontrado e morto em uma mansão na cidade paquistanesa de Abbottabad, próxima à capital Islamabad, após meses de investigação secreta dos Estados Unidos .

A morte de Bin Laden - o filho de uma milionária família que acabou por se tornar o principal ícone do terrorismo contemporâneo -, foi recebida com enorme entusiasmo nos Estados Unidos e massivamente saudada pela comunidade internacional. Enquanto a secretária de Estado dos EUA afirmava que a batalha contra o terrorismo continua, o alerta disseminado em aeroportos horas depois da notícia simboliza a incerteza do impacto efetivo da morte de Bin Laden no presente e no futuro.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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