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Ásia

Falta de gasolina compromete evacuação no leste japonês

22 mar 2011 - 11h54
(atualizado às 11h56)
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ISABEL MARCHEZAN
MARCELO DO Ó
RICARDO MATSUKAWA
Direto de Tamura

A falta de gasolina compromete uma possível evacuação em localidades da costa leste do Japão. Mesmo fora da zona considerada de perigo, a prefeitura de Tamura, a 40 km da usina nuclear de Fukushima, emitiu um pedido de emergência aos governos do país e da província de Fukushima para que enviem combustível à cidade.

Estabelecimentos comerciais foram fechados em Tamura, que parece uma cidade-fantasma após o terremoto
Estabelecimentos comerciais foram fechados em Tamura, que parece uma cidade-fantasma após o terremoto
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Tamura abriga atualmente 2.645 refugiados - dos quais 2.350 foram evacuados de localidades dentro do raio de 20 km da usina. O secretário de relações públicas da prefeitura da cidade, Seiji Sato, afirmou nesta terça-feira que as autoridades estão preocupadas com a possibilidade de que o raio de risco de contaminação seja ampliado. "Já solicitamos ônibus para uma evacuação de emergência. Na minha opinião, estamos em situação muito difícil e não sei o que vai ser daqui para a frente", observou. "Estamos rezando para que haja controle da situação da usina".

A administração de Tamura enviou, segundo Sato, cartas formais ao governo japonês e local para que enviem qualquer quantidade de gasolina, já que, nas atuais circunstâncias, não haveria como os cerca de 40 mil habitantes deixarem a cidade por rodovias. "Neste momento, os bombeiros estão realizando um treinamento para facilitar uma possível evacuação de forma rápida. Mas estamos contando que venha gasolina de outra província", afirmou.

Sato disse que 20% da população deixou a cidade após o terremoto seguido de tsunami, cuja violência danificou os reatores da usina nuclear. Tamura mais parece uma cidade-fantasma, com muitas casas fechadas e ninguém circulando pelas ruas.

Não só em Tamura, mas em toda a área central do Japão - e inclusive em Tóquio - falta combustível. Muitos postos estão fechados, e aqueles que estão operando impõem um limite de consumo por veículo. Para abastecer, é necessário enfrentar filas de cerca de uma hora. Além da queda na produção, o rompimento de dutos e o aumento do consumo por famílias tentando fugir para longe da costa leste são apontados por Sato como razões para a escassez do combustível.

O governo japonês sustenta que a área de risco de contaminação por radioatividade não ultrapassa os 20 km de raio em torno da usina. No círculo de 20 km a 30 km de raio, a orientação é para que as pessoas fiquem em casa e mantenham janelas e portas fechadas.

O governo japonês afirmou, nesta terça-feira, que alguns dos cabos de eletricidade já foram reconectados aos reatores da usina. A religação da eletricidade significaria a volta do sistema de resfriamento dos mesmos, o que poderia controlar o risco de explosão e vazamento.

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Fonte: Terra
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