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Ásia

Exercícios dos EUA beiram confrontação, diz almirante chinês

13 ago 2010 - 09h26
(atualizado às 09h39)
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Um alto estrategista chinês qualificou de provocadores os exercícios navais planejados pelos EUA na região, e acusou o governo Obama de estar tentando cercar a China e de adotar uma abordagem "caótica" em relação a Pequim.

"Por um lado, ele quer que a China tenha um papel nas questões regionais de segurança; por outro, está se envolvendo em cercar a China de forma cada vez mais rígida e constantemente desafiar os interesses centrais da China", escreveu o contra-almirante Yang Yi no Diário do Exército de Libertação.

O Pentágono pretende enviar um porta-aviões ao Mar Amarelo, entre a China e as Coreias, para participar de um exercício conjunto com a aliada Coreia do Sul.

Os EUA dizem que o objetivo das atividades é dissuadir a Coreia do Norte de qualquer ataque, mas o militar chinês, professor da Universidade Nacional de Defesa, disse que elas criarão "inimizade e confronto na região Ásia-Pacífico".

Segundo Yang, os atritos em torno do exercício naval refletem uma instabilidade mais ampla nas relações sino-americanas, e isso é culpa dos EUA. "Raramente houve tanta hesitação e caos na política dos EUA em relação à China", escreveu ele.

Em outro artigo, publicado no China Daily, principal jornal em inglês do país, Yang afirmou que "Washington irá inevitavelmente pagar um preço alto por sua decisão atrapalhada".

Wang Jisi, especialista em relações sino-americanas na Universidade de Pequim, escreveu numa recente análise que "os riscos de uma colisão entre as Marinhas dos dois países nos mares da costa da China está crescendo".

Mas a China dificilmente irá enfrentar diretamente os exercícios conjuntos dos EUA e Coreia do Sul, levando navios para as mesmas águas - o que poderia desencadear uma perigosa escalada nas tensões.

Mas a ira de Pequim contra o governo Obama poderá atrapalhar o avanço das relações militares, que já haviam sofrido restrições por parte da China neste ano, devido à venda de armas dos EUA para Taiwan, que a China considera uma província rebelde.

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