O governo dos Estados Unidos considera que as marcas ocidentais que compram roupas fabricadas em Bangladesh têm um "papel crucial" na melhoria das condições do setor, apesar de as principais empresas americanas se negarem a assinar um novo protocolo de segurança.
Uma delegação dos EUA, liderada pela subsecretária de Estado de Assuntos Políticos, Wendy Sherman, está visitando Bangladesh para estimular o governo do país a aprender as lições d desabamento de um prédio em abril. O acidente matou 1.129 pessoas em uma localidade próxima à capital, Daca.
O edifício Rana Plaza possuía cinco unidades de confecção que produziam para marcas ocidentais. As normas de segurança não eram respeitadas e as autoridades ignoraram as rachaduras que foram descobertas no dia anterior ao desabamento.
Sherman mencionou como exemplo a mudança das normas de construção e inspeção das fábricas que se instalaram nos Estados Unidos depois do incêndio do Triangle Shirtwaist Factory em Nova York, que deixou 146 mortos em 1911.
"Foi uma transformação e esperamos que o mesmo ocorra aqui em Bangladesh", disse Sherman na segunda-feira, após uma reunião com representantes do governo, dos trabalhadores e dos empresários do país ocidental.
Sherman destacou que os compradores ocidentais também devem trabalhar para desenvolver a segurança em uma indústria na qual os acidentes fatais são frequentes. As condições dos trabalhadores, que chegam a receber menos de US$ 40 dólares, são lamentáveis.
"Os compradores têm um papel crucial. Continuaremos a trabalhar diariamente para que eles se sentem à mesa (de negociações) para conduzir uma solução duradoura", explicou a subsecretária.
Associações internacionais de trabalhadores, como a UNI e a União Global IndustriALL pressionaram as marcas do ocidente para que assinassem um acordo legal que as obrigasse, entre outras coisas, a executar uma inspeção independente da segurança contra incêndio dos edifícios.
Enquanto grandes marcas europeias, como a espanhola Zara, a italiana Benetton, a sueca H&M e a britânica Marks & Spencer assinaram o acordo, grupos americanos, como Walmart e Gap, se negaram a assumir a responsabilidade legal que a medida implicaria.
A japonesa Uniqlo, por sua vez, afirmou nesta terça-feira que não quer se comprometer agora, mas destacou que pode mudar de posição no futuro.
Multidão acompanha operação de resgate em 25 de abril, uma dia após o desabamento. O prédio Rana Plaza desabou em Savar, no subúrbio da capital Daca, no dia 24 de abril. Milhares de pessoas que trabalhavam em empresas têxteis no momento da tragédia foram soterradas. Cerca de mil já foram declaradas mortas, mas o número de corpos retirados dos escombros cresce diariamente
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Crianças cobrem os narizes próximo a corpos em decomposição de pessoas não identificadas colocados em caminhão para serem levados para vala comum, no dia 1º de maio
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Mulher cobre o rosto ao exibir foto da irmã que prosseguia desaparecida no dia 3 de maio
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Parentes reagem após o corpo de um ente ser identificado no dia 3 de maio
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Mulher chora em cemitério ao exibir a foto de filho desaparecido, no dia 3 de maio
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Equipe de resgate carrega trabalhador resgatado com vida dos destroços em 26 de abril, dois dias após o desabamento
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Bombeiro carrega mulher ferida no desabamento após ela ser retirada dos destroços no dia 24 de abril
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Mulher dorme no chão ao lado de retrato de parente desaparecida enquanto aguarda por notícias no dia 4 de maio
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Trabalhadora é retirada do prédio após ser resgatada dos destroços no dia 24 de abril
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Socorrista descansa em meio aos destroços durante intervalo nas buscas no dia 25 de abril
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Mulher chora por seu marido desaparecido nas proximidades do prédio desabado, em 27 de abril
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Soldados são fotografados em meio aos destroços enquanto buscas por sobreviventes prosseguem ao cair da noite do dia 26 de abril
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Socorrista usa furadeira para perfurar concreto e metal para abrir caminho para operação de resgate dentro do prédio, em 26 de abril
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Trabalhadora é retirada com vida dos escombros no dia 26 de abril
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Soldados participam da operação de resgate em meio aos escombros do Rana Plaza em 26 de abril
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Homem joga terra sobre túmulo de pessoa não identificada que morreu no desabamento, em 1º de maio
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Mulher chora ao lado de caixão de parente morto na tragédia, em 28 de abril
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Trabalhadores enterram corpos de pessoas não identificadas durante funeral no dia 1º de maio
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Mulheres cobrem os narizes ao procurarem por parente em meio a corpos enfileirados em escola transformada em necrotério, em 2 de maio
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Socorristas usam pedaço de tecido para retirar mulher do prédio durante operação de resgate no dia 24 de abril
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Socorristas ajudam colega ferido em incêndio durante operação de resgate em meio aos destroços do prédio no dia 28 de abril
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Homem deita no chão de escola enquanto aguarda por notícias sobre parente que trabalhava em fábrica no prédio desabado, no dia 5 de maio
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Sob os olhares de uma multidão, dezenas de trabalhadores participam de operação de resgate sob os escombros do prédio Rana Plaza horas após o desabamento, no dia 24 de abril
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Socorristas buscam por sobreviventes em meio aos destroços do prédio em 28 de abril
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Parentes exibem fotos de trabalhadores que desapareceram no desabamento do prédio e ainda não tinham sido encontrados no dia 28 de abril
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Do alto de prédio vizinho, homens acompanham operações de resgate no Rana Plaza no dia 25 de abril
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Mulher é puxada para fora dos escombros ao ser resgatada no dia 25 de abril
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Homem mostra foto de mulher desaparecida para socorristas em meio aos destroços do prédio, em 27 de abril
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Soldados e socorristas carregam trabalhadora retirada com vida dos escombros do Rana Plaza três dias após a tragédia, em 27 de abril
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Socorristas rezam em meio aos destroços do Rana Plaza em 27 de abril