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Ásia

Em tensão com os EUA, Rússia reforça arsenal com 40 mísseis intercontinentais

16 jun 2015 - 14h44
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira que reforçará com mais 40 mísseis intercontinentais o arsenal nuclear do país neste ano, decisão tomada pouco depois da revelação dos planos dos Estados Unidos de enviar armamento pesado para o leste da Europa.

"O arsenal russo será reforçado neste ano com mais de 40 mísseis intercontinentais de última geração, capazes de superar qualquer sistema de defesas antimísseis, inclusive os mais avançados", disse o chefe do Kremlin fazendo referência ao escudo antimísseis que os EUA planejam implantar em alguns países europeus.

Putin fez essas declarações durante a abertura do fórum técnico-militar internacional "Exército-2015", em Moscou, um dia depois de o Comando Europeu dos EUA confirmar as intenções do Pentágono de enviar tanques e equipamento pesado no leste da Europa.

"Daremos especial atenção à execução do ambicioso programa estatal de rearmamento e a modernização do complexo industrial militar", ressaltou o presidente russo.

O Kremlin iniciou nesta década um grande programa para modernizar suas Forças Armadas, com um orçamento estimado em US$ 700 bilhões. O objetivo é adquirir prioritariamente submarinos nucleares, aviões estratégicos e mísseis intercontinentais.

"A proporção de armamento moderno chegará a 70% por volta de 2020. Em alguns casos, a 100%", ressaltou Putin, citando a incorporação de blindados de última geração às Forças Armadas.

"As tropas já começaram a receber unidades de blindados Armata Kurganets e Bumerang, além dos canhões autopropulsados Koalitsia SV", apontou o presidente.

Putin lembrou que o novo tanque Armata T-14, substituto do T-90, foi apresentado ao público durante o desfile militar realizado no último dia 9 de maio na Praça Vermelha de Moscou, cerimônia que comemorou o 70º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

O governo russo planeja fabricar nos próximos cinco anos mais 2 mil desses tanques, capazes de captar até 40 alvos terrestres e 25 aéreos simultaneamente a uma distância de até 100 quilômetros.

Membro do alto escalão do Ministério da Defesa da Rússia, o general Yuri Yabukov, alertou ontem que Moscou reforçará suas tropas e armamentos nas fronteiras do oeste do país caso os EUA confirmem o envio de tanques e artilharia pesada no leste europeu.

"Se o armamento pesado dos EUA, composto por tanques e sistemas de artilharia, for instalado nos países bálticos e no leste da Europa, será o passo mais agressivo do Pentágono e da Otan desde os tempos de Guerra fria. A Rússia não terá outra opção se não aumentar suas forças no oeste do país", garantiu o general.

"Em primeiro lugar, serão reforçadas as tropas ao longo de toda a fronteira ocidental da Rússia e serão criadas novas unidades de blindados, artilharia e aviação", alertou.

"A brigada na região de Kaliningrado será equipada com novos mísseis táticos Iskander e o grupo de tropas russas em Belarus será reformulado", acrescentou o militar.

Desde a entrada dos países bálticos (Letônia, Estônia e Lituânia) na Otan, em 2004, os EUA tinham evitado realizar um envio estável de soldados para a região, que faz fronteira com a Rússia.

As relações entre a Rússia e o Ocidente atravessam um de seus piores momentos desde o fim da Guerra Fria após a intervenção de Moscou na crise da Ucrânia.

A Rússia aumentou sensivelmente o número de testes de seus armamentos nucleares e de manobras militares nas fronteiras da UE como em outras regiões do país recentemente.

EFE   
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