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Ásia

Deslizamentos de terra deixam 32 mortos no Japão

Outras noves continuam desaparecidas em Hiroshima; 630 militares estão no local do desastre

20 ago 2014 - 07h51
(atualizado às 07h54)
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Equipe de resgate retira um dos corpos em meio ao deslizamento que matou mais de 30 pessoas no Japão
Equipe de resgate retira um dos corpos em meio ao deslizamento que matou mais de 30 pessoas no Japão
Foto: Toru Hanai / Reuters

Pelo menos 32 pessoas morreram e nove estão desaparecidas após os deslizamentos de terra provocados por chuvas torrenciais nesta quarta-feira em Hiroshima, sudoeste do Japão.

"São chuvas fora do comum e um desastre de grande magnitude. Existe mais risco de mais tempestades", afirmou o primeiro-ministro Shinzo Abe, que interrompeu as férias.

"Ordenei o reforço das operações de emergência. Serão enviados centenas de soldados das forças de autodefesa", completou.

No total, 630 militares foram enviados ao local da tragédia, segundo Keiji Furuya, ministro para a Gestão de Desastres.

Os deslizamentos de terra surpreenderam a população durante a noite.

Uma idosa de 77 anos, um menino de dois anos e seu irmão de 11 anos estão entre as vítimas fatais, segundo o canal público NHK, que suspendeu a programação normal para apresentar a cobertura da tragédia. Um socorrista também estaria entre os mortos.

Os danos afetaram quase 20 quilômetros e cortaram vários bairros de Hiroshima.

Os bombeiros e os moradores trabalhavam na retirada dos escombros e encontravam pessoas em meio a um cenário de devastação.

Muitas casas de madeira não resistiram ao avanço do rio de lama e terra em grande velocidade.

Imagens obtidas a partir de helicópteros mostravam áreas urbanas arrasadas e blocos de residências debaixo de lama. Vários moradores buscaram refúgio nos telhados e alguns foram resgatados.

As ruas cobertas de lama ficaram impraticáveis. "Nunca vi algo assim", declarou uma moradora atônita.

"Os deslizamentos aconteceram em vários lugares ao mesmo tempo. São locais perigosos e conhecidos. Nos últimos dias, Hiroshima bateu um recorde de chuvas e neste tipo de situação teria sido melhor seguir para os centros de abrigo, mas nem sempre é previsível ou possível", disse um especialista ao canal NHK.

"A situação pode continuar nos próximos dias e semanas", advertiu um professor da Universidade de Tóquio.

O Japão foi afetado nas últimas semanas por chuvas torrenciais consideradas "terríveis" pela agência meteorológica.

Uma grande quantidade de água ficou acumulada em áreas elevadas, que acabaram cedendo.

As autoridades advertiram para o risco de deslizamentos de terra em várias regiões do sudoeste e norte do arquipélago, onde chuvas torrenciais aconteceram em intervalos de tempo muito curtos.

Em algumas localidades choveu em um dia o que era esperado para um mês, segundo a meteorologia.

Muitas áreas permaneciam em alerta, especialmente na província de Fukuoka (sudoeste).

As condições meteorológicas permanecem instáveis, mas as chuvas devem diminuir na região afetada. Em 1999, 325 deslizamentos de terra provocaram 30 mortes em Hiroshima.

A situação atual, agravada pela recente passagem de vários tufões no país, levou as autoridades a recomendar que centenas de milhares de pessoas abandonassem temporariamente suas casas ante o risco de inundações e deslizamentos.

O ciclone tropical Halong deixou recentemente 10 mortos, dezenas de feridos e importantes danos materiais, sobretudo no sul.

As regiões meridionais do arquipélago foram afetadas no início de julho pelo tufão Neoguri, que provocou sete mortes.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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