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Ásia

Coreia do Norte propõe retomada de diálogos à vizinha do Sul

6 jun 2013 - 08h40
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A Coreia do Norte propôs nesta quinta-feira ao governo sul-coreano a retomada do diálogo para normalizar seus projetos conjuntos, como o complexo industrial de Kaesong e a área turística situada no Monte Kumgang, em uma nota divulgada pela agência "KCNA".

Esse é o primeiro gesto conciliatório do regime norte-coreano desde que o líder Kim Jong-un rompeu as atividades de Kaesong durante a última campanha de ameaças bélicas que seu país realizou entre março e abril.

O Ministério da Unificação da Coreia do Sul, por sua parte, mostrou sua disposição em retomar o diálogo e, segundo um porta-voz da pasta, "Seul está considerando a proposta de maneira positiva e espera que as conversas possam gerar confiança entre ambas as partes".

A Coreia do Sul pediu que um encontro seja realizado no dia 12 de junho na capital do país, em um ambiente que deverá ser de "confiança mútua".

Desta forma, espera-se que em apenas uma semana representantes de ambos os governos voltem a conversar para tentar diminuir as diferenças e aliviar a tensão vivida nos últimos meses.

Na nota divulgada pela agência estatal, o Comitê para a Reunificação Pacífica de Coreia também ressalta que, se Seul aceitar a proposta, as linhas de comunicação serão restabelecidas na aldeia de Panmunjom, no coração da zona desmilitarizada que separa os países, as quais foram cortadas pela Coreia do Norte em março.

"Abrimos as porta às visitas, aos contatos e à cooperação com ONG's da Coreia do Sul", disse a nota.

Além disso, o regime norte-coreano assegurou que está disposto a negociar os encontros de famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-53), que não ocorrem desde finais de 2010,

O regime também se mostrou aberto a celebrar uma cerimônia conjunta para comemorar o 41º aniversário do comunicado de 1972, no qual ambos os governos traçaram uma série de passos para conseguir uma reunificação pela via pacífica.

A Coreia do Norte começou a lançar agressivas advertências de "guerra atômica" a Coreia do Sul, EUA e Japão depois que o conselho de Segurança da ONU sancionou por unanimidade seu teste nuclear realizado em fevereiro.

A onda de ameaças por parte do regime norte-coreano também protestavam contra as manobras militares anuais que os EUA e Coreia do Sul realizam na península coreana com aeronaves e embarcações capazes de realizar ataques nucleares.

Em pleno aumento da tensão, o regime de Kim Jong-un cortou a linha de comunicação de Panmunjom, deu por encerrado o armistício que pôs fim à Guerra da Coreia e expulsou os capatazes sul-coreanos do hoje inoperante complexo de Kaesong, situado em território norte-coreano.

Em relação ao enclave turístico conjunto do Monte Kumgang, os funcionários sul-coreanos seguem expulsos desde 2008, quando a morte de um turista sul-coreano baleado por soldados norte-coreanos gerou outro desencontro entre os países.

Apesar do tom conciliador do comunicado, o regime afirmou que não tem responsabilidade pelas desavenças entre os dois países e que apesar de ter "feito todo o possível" para melhorar as relações, "toda sinceridade e generosidade mostrada por" Pyongyang "foi negada e profanada" por Seul.

EFE   
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