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Ásia

Coreia do Norte envia emissário a China

22 mai 2013 - 11h04
(atualizado às 11h05)
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Um emissário do líder norte-coreano, Kim Jong-Um, chegou nessa quarta-feira a Pequim, em um momento de tensões com os aliados asiáticos.

O encontro acontece poucos dias antes da conferência que reunirá o presidente americano, Barack Obama, e o líder chinês, Xi Jinping, nos dias 7 e 8 de junho, na Califórnia. No fim de junho, o presidente chinês receberá a nova presidente sul-coreana, Park Geun-Hye.

O enviado, Choe Ryong Hae, diretor do Escritório Político do Exército Popular da Coreia, viajou com uma comitiva de altos representantes do Partido Comunista, informou a agência oficial norte-coreana, a KCNA.

De acordo com a agência, Choe foi recebido por Wang Jiarui, chefe do Departamento Internacional do partido Comunista Chinês. É a visita mais importante do governo norte-coreano ao país desde a ida de Kim Jong-Il (pai e antecessor do atual líder do regime), em agosto de 2011. Il morreu quatro meses depois.

"Choe é o homem de maior confiança de Kim" e deveria "deixar uma mensagem para o presidente Obama sobre assuntos como a paz na Península Coreana e a questão nuclear", afirma à AFP Yang Moo-Jin, especialista em questões norte-coreanas da Universidade de Seul.

A China é o principal aliado diplomático da Coreia do Norte e fornece um apoio econômico essencial para o vizinho. No entanto, o país demonstrou insatisfação quando Kim ignorou suas advertências e lançou dois foguetes (um com sucesso, em dezembro) e fez um teste nuclear em 12 de fevereiro.

"A China busca algum sinal de compromisso e Choe poderia dar alguma segurança de que, por hora, não haverá novos testes nucleares", disse Seong-Chang, analista do Instituto Sejong, referência em Seul. De troca, a Coreia do Norte tentaria conseguir um encontro bilateral entre Kim e o presidente chinês, adianta o especialista.

As tensões entre os países pioraram recentemente, quando um navio com 16 pescadores chineses foi capturado pela marina norte-coreana. O incidente provocou uma onda de indignação e parte da população pediu uma resposta forte.

Pequim, muitas vezes criticada por obstruir na ONU na adoção de sanções severas contra Pyongyang, mudou de atitude e votou pelas novas punições do Conselho de Segurança, que incluem o bloqueio de contas bancárias.

As novas sanções aumentaram o clima de tensão na Península Coreana, e a China se viu sob forte pressão para controlar seu aliado imprevisível, que ameaça lançar ataques nucleares contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul.

O Japão parece estar disposto a trabalhar para aliviar a tensão na região, apesar do discurso nacionalista e conservador de seus diplomatas e do retorno ao poder do Primeiro-ministro Shinzo Abe.

O secretário-geral do governo japonês, Yoshihide Suga, admitiu a "possibilidade" de retomar conversas diretas com a Coreia do Norte a respeito dos japoneses sequestrados por homens de Pyongyang nos anos 70 e 80, alguns dos quais ainda estão lá. Em abril, o governo norte-coreano ameaçou o Japão com um ataque nuclear.

A iniciativa japonesa corre o risco de dividir o grupo "anticoreano", representado principalmente pela Coreia do Sul e pelos Estados Unidos.

Em meados desse mês, a Coreia do Sul qualificou como "inútil" uma visita realizada por um assessor japonês à Coreia do Norte para discutir justamente a questão dos japoneses sequestrados. O emissário norte-americano Glyn Davies havia alertado contra uma tentativa de "divisão da comunidade internacional".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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