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Ásia

Coreia do Norte eleva desafio nuclear com bomba menor e mais potente

12 fev 2013 - 09h37
(atualizado às 09h40)
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A Coreia do Norte afirmou ter realizado nesta terça-feira seu terceiro teste atômico com um dispositivo "menor" e "altamente explosivo", o que indicaria um grande avanço tecnológico no desafio nuclear do militarizado regime de Kim Jong-un.

"Ao contrário das provas anteriores, a presente foi de maior nível e realizada de uma maneira segura e perfeita usando uma bomba atômica pequena e ligeira, mas com alto poder explosivo", indicou a agência estatal "KCNA" em comunicado.

Especialistas internacionais tinham advertido que a nova e antecipada prova da Coreia do Norte buscaria dar um grande passo voltado para diminuir o peso e o tamanho de suas ogivas nucleares para instalá-las em foguetes de longo alcance.

Esta estratégia militar é um desafio ainda pendente para o regime que é muito temido pela comunidade internacional.

A detonação, realizada ao meio-dia hora local na base de Punggye-ri, ao nordeste do país, alcançou entre 6 e 7 quilotons segundo o Ministério da Defesa da Coreia do Sul, mais de um terço da magnitude da bomba de Hiroshima - de uns 15 quilotons - com a qual os EUA arrasaram esta cidade japonesa em 1945.

Seul avaliou em 5 graus na escala Ritcher o terremoto produzido hoje pelo explosivo, dado ligeiramente superior aos 4,6 graus do anterior teste nuclear norte-coreano de 2009 e muito acima do primeiro teste de 2006, cuja intensidade foi consideravelmente menor segundo especialistas.

A Coreia do Norte comentou que o novo teste nuclear aconteceu "com sucesso" e as medições sobre sua potência explosiva foram como o previsto, o que faz acreditar "na excelente capacidade do poder dissuasório nuclear" do país, segundo a "KCNA".

A agência justificou o teste atômico de hoje, o primeiro desde que Kim Jong-un assumiu o poder em dezembro de 2011, como uma das "contramedidas práticas para defender a segurança e a soberania do país frente às brutais hostilidades dos Estados Unidos".

Pyongyang tinha afirmado dias atrás que sua próxima ação nuclear estaria "focalizada" nos EUA, que foi qualificado como seu "maior inimigo".

Em Washington, depois das informações sobre a explosão, o presidente Barack Obama qualificou o teste de mísseis norte-coreano como "um ato altamente provocador".

Obama, que deve abordar o assunto em seu discurso anual sobre o Estado da União na terça-feira, disse que tomará "as medidas necessárias" para defender os EUA e seus aliados, entre eles a Coreia do Sul.

Este país, que se encontra tecnicamente em guerra com Coreia do Norte desde 1950, também condenou duramente seu vizinho comunista em comunicado do escritório presidencial, que qualificou o teste nuclear como "uma ameaça inaceitável" para a paz e a estabilidade da região.

"A Coreia do Norte não poderá medir sua grande responsabilidade", indicou o comunicado presidencial, redigido após uma reunião de emergência liderada pelo chefe de Estado interino, Lee Myung-bak, que pediu que Pyongyang assuma as consequências de seu "desafio direto" à comunidade internacional.

Na Coreia do Sul, em plena transição até o dia 25, quando o governo será presidido pela primeira mulher presidente do país, Park Geun-hye, o Exército fez um alerta e os militares desdobrarão de forma preventiva por todo o país mísseis com capacidade para alcançar qualquer ponto do território norte-coreano.

Por sua vez, o Conselho de Segurança da ONU prevê se reunir no começo da manhã de hoje - hora local - em sua sede em Nova York, em uma primeira reunião de emergência na qual poderiam começar a pensar em novas represálias contra o regime de Kim Jong-un.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, considerou "profundamente desestabilizador" o teste nuclear norte-coreano ao representar uma clara e grave violação das resoluções do Conselho de Segurança" da ONU.

Este órgão ampliou no mês passado suas sanções à Coreia do Norte pelo lançamento em dezembro de um foguete de longo alcance, o que levou Pyongyang a anunciar como resposta o teste nuclear realizado hoje.

EFE   
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