PUBLICIDADE

Ásia

Coreia do Norte aumenta ameaças e prepara mísseis para o ataque

29 mar 2013 - 08h25
(atualizado às 08h43)
Compartilhar

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, aumentou ainda mais nesta sexta-feira suas ameaças ao ordenar que os mísseis do país estejam preparados para atacar a "qualquer momento" os Estados Unidos e a Coreia do Sul.

"Chegou o momento de acertar contas", informou hoje o regime norte-coreano através de um comunicado divulgado pela agência de notícias do país comunista.

O ultimato dado por Pyongyang responde ao anúncio de Washington de realizar, ontem, manobras militares na vizinha Coreia do Sul com duas unidades de bombardeiros B-2 Spirit, um avião de última tecnologia capaz de romper as defesas antiaéreas e lançar bombas convencionais e nucleares.

A demonstração de poder bélico dos EUA motivou uma reunião de urgência, durante a madrugada, do estado maior do exército norte-coreano. O encontro foi presidido pelo jovem Kim, um líder imprevisível à frente de um país com capacidade nuclear.

Após a reunião, o regime considerou a ação dos EUA como uma "violação à sua soberania" e uma "perigosa provocação", e Kim assinou a ordem para preparar "mísseis estratégicos dispostos para atacar a qualquer momento o território americano" e seus alvos militares no Pacífico e na Coreia do Sul.

Neste sentido, Kim exigiu que o exército esteja preparado para "reagir perante a chantagem nuclear dos EUA com uma ataque atômico sem piedade e uma guerra sem quartel".

"A grande decisão tomada pelo Marechal", no meio da grave situação na península coreana, "à beira de uma guerra nuclear", marcará um "ponto de inflexão" e porá um fim ao histórico confronto com os EUA, concluiu o escritório do regime.

Em apoio a suas palavras, milhares de norte-coreanos uniformizados responderam ao apelo de seu líder lotando a imensa praça Kim Il-sung, que leva o nome do fundador do país.

Após o anúncio norte-coreano, Seul detectou movimentos de tropas e veículos nas bases militares de mísseis do regime, incluindo a de Tongchang-ri, no noroeste do país e que serviu para o último lançamento de um foguete de longo alcance norte-coreano, segundo fontes militares consultadas pela agência "Yonhap".

Além de movimentos por terra, o exército sul-coreano detectou hoje um caça norte-coreano Mig-21 sobrevoando a delicada região fronteiriça entre os dois países.

Segundo analistas, o aumento de sua habitual retórica belicista e suas ameaças pode se dever a uma estratégia com a qual tenta retomar a negociação com o exterior - em um momento em que seu isolamento aumenta -, além de ser uma tentativa de reafirmar o controle interno do país.

Este nível de "intimidação" de Pyongyang, que segundo especialistas apresenta um cenário complicado de prever, gerou também uma reação do Departamento de Defesa dos EUA, que pediu que a escalada da tensão seja "levada a sério".

"As ações provocativas e o tom beligerante aumentaram o perigo", anunciou o secretário de Defesa, Chuck Hagel, que negou que a atuação dos bombardeiros B-2 seja hostil e defendeu a decisão, anunciada neste mês, de aumentar as defesas antimísseis na região devido à ameaça norte-coreana.

As novas ameaças ocorrem depois que, nesta mesma semana, a Coreia do Norte anunciou a suspensão da única linha de comunicação que tinha com a Coreia do Sul, antes de ordenar a suas unidades a entrar em "posição de combate", máximo grau de alerta militar no país comunista.

A tensão na península disparou de maneira incomum no último dia 7, quando o Conselho de Segurança da ONU anunciou novas sanções ao regime após seu terceiro teste nuclear, realizado em fevereiro. A China apoiou a penalização contra a Coreia do Norte, da qual é a principal aliada, o que segundo muitos analistas políticos aprofundou o isolamento do regime..

EFE   
Compartilhar
Publicidade