PUBLICIDADE

Ásia

Conselho de Segurança adota novas sanções contra Coreia do Norte

7 mar 2013 - 16h04
Compartilhar

O Conselho de Segurança da ONU decidiu nesta quinta-feira impor uma série de sanções, especialmente financeiras, à Coreia do Norte, em resposta ao terceiro teste nuclear realizado em fevereiro por Pyongyang.

A decisão acontece no mesmo dia em que Pyongyang acusou os Estados Unidos de quererem provocar uma guerra atômica e os ameaçou com um ataque nuclear preventivo.

A resolução do Conselho, proposta por vários países (entre eles Estados Unidos, Reino Unido, Coreia do Sul e França) e adotada de forma unânime por seus 15 membros, tenta acabar com as fontes de financiamento utilizadas por Pyongyang para se aproximar de suas ambições militares e balísticas.

As medidas colocam sob vigilância os diplomatas norte-coreanos e engrossam uma lista negra de particulares e empresas submetidas ao congelamento de bens ou à proibição de viajar.

As sanções definem mais especificamente uma série de produtos de luxo que os dignitários do regime comunista não estarão autorizados a adquirir e obriga a inspeções obrigatórias de carregamentos suspeitos de vir ou ter como destino a Coreia do Norte.

A embaixadora dos Estados Unidos ante às Nações Unidas, Susan Rice, disse, imediatamente depois de ter feito o anúncio, que as sanções atingirão em cheio Pyongyang.

"Aplicadas juntas, estas sanções golpearão e golpearão duro. Aumentarão o isolamento da Coreia do Norte e incrementarão o custo para os líderes da Coreia do Norte de desafiar a comunidade internacional", afirmou Rice aos jornalistas.

Rice negociou as sanções com o embaixador da China no conselho, Li Baodong, que disse que a resolução era "um importante passo adiante", mas ressaltando que devem levar a Coreia do Norte a retomar as negociações e tensões.

Os 15 países membros do Conselho de Segurança manifestaram sua preocupação diante do último teste nuclear norte-coreano realizado em 12 de fevereiro, o terceiro depois dos de 2006 e 2009, e se disseram prontos para tomar "importantes medidas adicionais", não informadas, se Pyongyang proceder a um novo teste de bomba atômica ou a um novo lançamento de mísseis.

Horas antes da votação na ONU, a Coreia do Norte acusou nesta quinta os Estados Unidos de quererem provocar uma guerra atômica e ameaçou o país com um ataque nuclear preventivo.

O regime norte-coreano voltou a apresentar a retórica belicosa. Recentemente já havia ameaçado denunciar o acordo de armistício que pôs fim à Guerra da Coreia em 1953.

"Já que os Estados Unidos se dispõem a desencadear uma guerra nuclear, (nossas) forças armadas revolucionárias (...) se reservam o direito de lançar um ataque nuclear preventivo para destruir os bastiões dos agressores", declarou um porta-voz do ministério das Relações Exteriores norte-coreano citado pela agência oficial KCNA.

Também advertiu que uma segunda guerra da Coreia era inevitável depois que Washington e Seul se negaram a cancelar as manobras militares conjuntas previstas para a próxima semana.

O Rodong Sinmun, o jornal oficial do partido único, brandiu, por sua vez, a ameaça de uma "guerra termonuclear". "A guerra não se veria confinada à península coreana", advertiu, referindo-se ao arsenal balístico do país, capaz, segundo ele, de atingir o território americano, sobretudo as ilhas do pacífico.

A televisão norte-coreana difundiu imagens de uma importante concentração de militares e civis na praça Kim Il-Sung (fundador da República Popular Democrática da Coreia, em 1948) para denunciar "a agressão americana".

Em resposta, Washington assegurou estar plenamente capacitado a defender-se de qualquer ataque com míssil por parte de Pyongyang.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu, por sua vez, que Pyongyang "abandone as ações provocadoras e a retórica belicosa".

Depois de saudar a decisão do Conselho de Segurança de reforçar as sanções contra a Coreia do Norte com medidas "eficientes e concretas", Ban se disse preocupado com o aumento da tensão na península coreana.

Já o embaixador sul-coreano ante a ONU, Kim Sook, rejeitou a ideia de um diálogo com Pyongyang de maneira imediata.

Os dirigentes norte-coreanos, disse, "se isolaram do resto do mundo e não é o momento de falar de diálogo. A Coreia do Norte deve abandonar sua ilusão de transformar-se em potência nuclear".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade