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Ásia

Com minoria católica, Sri Lanka receberá visita do papa após eleições

9 jan 2015 - 18h11
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A viagem apostólica do papa Francisco pela Ásia começará pelo Sri Lanka, país onde chegará no próximo dia 13, pouco após as eleições, e onde a população católica é minoria em relação ao Budismo, ao Hinduísmo e ao Islamismo.

Essa não será a viagem que a Igreja Católica do Sri Lanka tanto esperava, já que acreditava que entre a visita do pontífice e as eleições tivesse se passado pelo menos uma semana, mas a chegada do papa argentino já é assunto recorrente entre os habitantes.

A Igreja local espera que a visita do papa Francisco sirva para acalmar os ânimos no país, que vivenciou uma campanha eleitoral tensa e com momentos de violência no último mês.

"Esperamos que o país esteja em paz. Os dois principais candidatos se reuniram com os bispos há dois meses e prometeram que aceitariam qualquer resultado", disse à Agência Efe o padre Cyril Gamini Fernando, diretor do Centro Nacional Católico para a Comunicação Social.

O religioso, encarregado da comunicação no país durante a visita, informou que a Igreja queria uma eleição antes da visita do papa, mas não tão próxima, para evitar que a viagem papal fosse utilizada como propaganda política.

No entanto, na sua opinião, a chegada de Francisco pode contribuir para que o clima político se acalme.

"A situação após as eleições ficará pacífica com a visita do papa", declarou.

O papa chegará na manhã do dia 13 a Colombo, onde haverá uma cerimônia de boas-vindas. A visita contará com dois pontos centrais: uma missa em um enorme parque da capital cingalesa e a visita ao santuário de Nossa Senhora de Madhu.

No primeiro dia, o pontífice deverá se reunir em Colombo com os bispos e com o presidente em fim de mandato, Mahinda Rajapaksa, antes de participar de um encontro inter-religioso.

Segundo números não oficiais, cerca de 70% da população do país pratica o budismo como religião, outros 15% são hinduístas, 10% muçulmanos e 5% católicos.

No dia 14 será celebrada a santa missa e a canonização de José Vaz no Galle Face Green, em Colombo, um parque enorme com vista para o Oceano Índico. Cerca de 3.000 pessoas participarão da preparação do ato.

O local ficará aberto desde as 17h do dia anterior e serão necessárias 540 pessoas para trabalhar no estacionamento, segundo o Arcebispado de Colombo.

Além disso, serão disponibilizados veículos médicos e os hospitais da região já foram informados para que estejam prontos para prestar eventuais atendimentos.

Na ocasião, o papa Francisco canonizará o beato José Vaz, um religioso do século XVI nascido na cidade indiana de Goa, ex-colônia portuguesa, e que foi beatificado por São João Paulo II em 1995.

Depois, o papa viajará ao Santuário de Madhu para celebrar uma cerimônia religiosa na qual rezará e abençoará os fiéis diante da imagem de Nossa Senhora.

O padre Gamini ressaltou o simbolismo do santuário, localizado no norte e ponto de comunhão entre cingaleses de diferentes regiões e credos, que foi ponto de encontro inclusive durante os quase 30 anos de guerra que o país viveu até 2009.

"É um símbolo de unidade e comunhão para todas as comunidades, por isso é tão importante", disse.

O papa terminará a visita na Capela Nossa Senhora de Lanka e no Instituto Cultural Bento XVI de Bolowalana, ao norte de Colombo, antes de partir para as Filipinas na sexta-feira.

EFE   
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